Quantos profissionais podem ter tudo isso?

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Alguns aspectos dignificam a profissão de professor. Quem pode olhar para uma turma de quarenta, cinquenta indivíduos e afirmar perante toda a sociedade: – Eu contribuí para a formação dessas pessoas! Cabe ressaltar aos distraídos que esta situação se repete anualmente na vida de profissionais da educação. Na última sexta-feira, ao lado das professoras Claudia Bouman Olszenski e Regina Cavalieri representei meus demais colegas de curso e fui paraninfo de uma turma de Propaganda e Marketing.

Em festa de formatura ocorrem três sensações absolutamente nítidas e similares: Os jovens sabem que estão ali graças ao esforço pessoal e ostentam a vitória; os pais olham para os filhos com orgulho, pois sabem o quanto batalharam por esse momento e os professores, testemunhas vitais dessa caminhada, olham para todos com a sensação de dever cumprido e, viciados em escola, já começam a indicar pós-graduação para todos os formandos.

No nosso país a educação ainda é, lamentavelmente, privilégio de minorias. Embora felizes com o resultado sentimos falta de alguns que ficaram ao longo do caminho. Entre as muitas razões quero ressaltar uma que envolve o mercado de trabalho: são raras as empresas que facilitam a vida estudantil de seus jovens funcionários. Não flexibilizam horários e não colaboram nem mesmo em dia de prova. É comum em dias de avaliação receber alunos que entram afobados, tensos, com muitos minutos de atraso. Não têm apoio de chefes, das empresas, nem mesmo em dias de exames.

A profissão de professor, volta e meia, é depreciada e virou senso comum lamentar o salário de professores, como se salário fosse a única razão que move um profissional. Há momentos para reivindicar melhores salários, melhores condições de trabalho, maior respeito por parte dos empregadores. Que venham esses momentos, mas não em uma colação de grau, nunca em uma comemoração de formatura. Nossos alunos venceram uma longa e árdua travessia e, por isso, merecem todas as festas.

Sinto-me honrado em ser professor e tenho certeza que divido essa honraria com minhas colegas acima citadas, e com outros, como Fernando Brengel, Carlos Henrique Ferreira e Renê Mesquita. Como tantos outros colegas encaramos nosso trabalho com seriedade e cumprimos nossa função com dignidade. E somos agraciados com um carinho imenso, todo especial, que vem de diferentes formas, conforme a característica de cada um de nossos alunos. E isso já ocorreu várias vezes e, tenho certeza, se repetirá nos próximos anos. Quantos profissionais podem ter tudo isso?

Transcrevo abaixo o final do meu discurso de ontem. É como desejo concluir este post:

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DESEJO BOA SORTE A TODOS. ESPERO QUE AO LONGO DOS PRÓXIMOS ANOS TODOS VOCÊS POSSAM APLICAR O CONTEÚDO APRENDIDO NESTE CURSO. ESPERO TAMBÉM QUE NOSSA POSTURA PROFISSIONAL SEJA EXEMPLO E MOTIVO DE ORGULHO PARA VOCÊS. O FINAL DESTA ETAPA TERMINOU. ESPERO, SINCERAMENTE, QUE SEJA APENAS UM COMEÇO, UM ÓTIMO COMEÇO PARA TODOS. 

OBRIGADO. SEJAM FELIZES!

BOA NOITE!

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