
A construção de uma fábrica de planta de amônia, da Petrobrás, em Uberaba, Minas Gerais, está parada. O empreendimento que deve gerar 3.500 empregos foi interrompido há mais de um ano; o principal impedimento para a continuidade do projeto, publicamente alegado, é no mínimo absurdo: um parecer da AGU – Advocacia Geral da União diz que o local não poderia ser abastecido por um gasoduto proveniente da cidade de Ribeirão Preto, no Estado de São Paulo.
A manchete de hoje, 16 de Julho, do Jornal O Tempo, é: “Burocracia ameaça tirar fábrica de R$ 1,2 bi de Minas”. Como assim, burocracia? Quais são as tramoias políticas a serviço de jogo escuso que impedem a continuidade do projeto? Minas Gerais e São Paulo estão em guerra? Não pode haver acordo entre as duas cidades? Estão sobrando empregos em Uberaba?
Tudo começou em março de 2011, quando D. Dilma Rousseff assinou protocolo de intenções para implantação da fábrica. Em outubro seguinte a Advocacia Geral da União (AGU) deu parecer contrário ao gasoduto de distribuição. Agora, em 2013, a secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Dorothea Werneck, exige uma solução, “mesmo que o resultado seja desfavorável a nós”. Como assim, D. Dorothea? O que a senhora perderá com isso, já que seu emprego está garantido?
Gostaria muito de saber o que há realmente por trás de tudo isso. D. Dilma, que é PT, favoreceria tal empreendimento ao estado governado por Antonio Anastasia, que é do PSDB? Como fica nesse imbróglio a prefeitura de Uberaba, que é do PMDB? Os senhores da Advocacia Geral da União que certamente não recebem salário mínimo agiram pelo singelo desejo de preservar… O que mesmo?
Assim continua a história do país. Por uma suposta burocracia (quem acredita nisto?) está emperrado um empreendimento já iniciado – portanto, gastos já foram feitos – e que deve gerar 3.500 empregos. O mais irritante é que alguém atrás de uma sigla, no caso a AGU, impede o andamento de um projeto que deve beneficiar milhares de pessoas. Quem é esse sujeito? Para qual “União” ele trabalha?
Também hoje, li um artigo de Leonardo Boff sobre as recentes idas do povo às ruas que, entre outras coisas diz: “Ninguém se sente representado pelos poderes instituídos que geraram um mundo político palaciano, de costas para o povo ou manipulando diretamente os cidadãos.” Sem acreditar nas instituições, resta gritar nas ruas pelos nossos direitos. Uberaba precisa de mais empregos. Tai uma causa que merece passeata.
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Até mais!
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