Ou tomamos atitude, ou somos cúmplices!

Uma cena grotesca e absurda: um rapaz enfrenta a multidão que vocifera e expõe sentimentos torpes, baixos, indignos de seres humanos. Vini Jr está em uma arena onde deveria ser no mínimo respeitado por quem não o consegue vencer. Este é o triste motivo do crime cometido pela torcida adversária: o atleta do Real Madri, junto a seus pares, subjuga o Real Valência. Impotentes diante da superioridade de quem lhes impõe uma derrota, para a torcida covarde sobra a estupidez e a ofensa criminosa.

Um resultado imediato revela outro absurdo. Vini Jr. é expulso. Os criminosos não são autuados, nem sofrem sansão flagrante. A vítima sai de cena sem que seus colegas tomem seu partido. Sim, um fato que evidencia a individualidade em um esporte que deveria ser coletivo. O ataque da torcida covarde é contra um atleta. Os europeus do Real Madri não são ofendidos e nem saem do campo em apoio ao colega ofendido. O dirigente do Real Madri demorou para se manifestar e o dirigente da “La Liga” criticou o jogador. Infeliz atleta que tem por sina a excelente qualidade do seu futebol!

Certamente não há nada de novo a ser dito sobre o que acontece com o jogador de futebol Vini Jr. na Espanha. Por isso mesmo devemos repercutir, insistir, denunciar à exaustão. Por isso devemos expor patrocinadores dessa cena grotesca. Os patrocinadores dos dois times e da Liga. E devemos exigir das autoridades espanholas ações enérgicas e eficazes visando punir os criminosos. E que ninguém venha dizer que é impossível identificar cada criminoso, posto que pelo mundo afora sobram exemplos de que é possível buscar cada manifestante no meio de uma torcida, de uma multidão.

Torcedores inflamados costumam perder o controle em uma partida importante. Se desesperam, gritam, choram. Conversam com a televisão amaldiçoando o juiz, o treinador e, dentro de um estádio de futebol, essas sensações se multiplicam e explodem no ato coletivo, na cumplicidade entre iguais. Nesses momentos conhecemos o verdadeiro caráter de muitos em meio a uma torcida. Em algumas ocasiões extrapolam o limite entre o civilizado e o irracional expondo, sobremaneira, uma imensa covardia. Será que cada criminoso, entre os muitos naquele estádio, teria a coragem de agir da mesma forma quando só? O corajoso que esbraveja com apoio de iguais usaria as mesmas ofensas em um cara a cara com o ofendido? Covardes.

Vini Jr. é um atleta. Um ser humano! Foi vergonhosamente ofendido por espanhóis, dentro de um estádio espanhol, em território espanhol. Que todas as medidas judiciais cabíveis sejam tomadas e, enquanto isso não ocorrer, só podemos lamentar e denominá-los cúmplices. Os dois times, La Liga, as autoridades espanholas. Se a Espanha apresenta neste momento os melhor futebol do mundo, que este não tenha por base o crime e a barbárie.

Vasto mundo, aqui mesmo!

Há uma pequena lista que, até aqui, só eu conhecia. É uma modesta relação das visualizações deste blog mundo afora(Vejam o quadro). Sim, há um monte de pessoas por este “mundo, vasto mundo” que vez em quando entram nesse pequeno espaço e tomam conhecimento do que escrevo. É coisa tipo “Europa, França e Bahia” (reverenciando Mário de Andrade e seu Macunaíma); gente de terras que nunca vi, donos de idiomas que não falo, que aparecem não sei exatamente de onde, e nem sei como aqui chegaram.

 

Para ser bem honesto, primeiramente me envaideço. Tudo bem que uns tenham entrado por engano, via “tags” abrangentes (Uma chance de ganhar um amigo!). Pode ser que outros venham por saudade do Brasil. Há também os amigos (Muitos, graças aos céus!), e os ex-alunos.  Sei de alguns, explorando o planeta: na Espanha, na Dinamarca, Inglaterra, Austrália, Estados Unidos… E de amigos, que estão em Portugal, França, Japão… Não sei quantos e quais estão por aí, nesses outros países. De alguns, poucos, há comentários e mensagens, via Facebook, que permitem identificação precisa.

Segundamente (reverenciando Dias Gomes e seu Odorico Paraguaçu) tenho urticária de tanta curiosidade. Quem são essas pessoas? Tailândia, Indonésia, Lituânia? São várias centenas e não creio ter tantos alunos, nem tantos amigos assim. Há alguém nesse “mundo, vasto mundo” que me honra com sua visita e que tenho muita vontade de saber quem é. Pode ter vindo atrás de algum artista, uma música, uma peça de teatro; chegou até aqui para saber de Uberaba, de Minas Gerais, da Bahia de Jorge Amado, de Belém do meu Pará. Quem serão essas pessoas?

Vasto mundo, aqui mesmo!

Sou de uma geração que esperava dois, três, dez dias por uma carta; há muitos, como eu, que recordam a dependência da telefonista para telefonemas interurbanos, para ligações internacionais. Meu querido Carlos Drummond de Andrade, lembrando-me que “se eu me chamasse Raimundo, seria uma rima, não seria uma solução”, demorava um pouco mais para atingir esse “vasto mundo” que, na era da Internet, favorece-me  com a rapidez e a instantaneidade da comunicação virtual, fazendo que esse “vasto mundo” seja aqui mesmo. Por isso fico encantado e, insisto, curioso. Quem é que me honra com sua visita por esse Brasil e por todo esse mundão de Deus?

Peço perdão aos que estão sempre por aqui; aqueles que já me conhecem, um pouquinho que seja, compreenderão essa curiosidade, esse estranho prazer que é ser lido em Luxemburgo e também em algum recanto da imensa Rússia. Cá, entre todos nós, sinto-me pertinho de Minas Gerais, Tocantins, Piauí, Rio de Janeiro, Pará, Paraná, Bahia. Sinto-me extensão de São Paulo, um pequeno braço de Uberaba. Mas tenho vontade de ir além, criar outros laços, já que não  há limites pra conhecer gente e fazer amizades. Daí escrever este post, aos mais distantes, aos saudosos do Brasil, àqueles que buscam um pouco daquilo que escrevo. Por isso, peço: por favor, quando possível, matem essa curiosidade. Digam nem que seja apenas o nome e o lugar de onde estão vendo/lendo este blog. Desde já, meu muitíssimo obrigado. E aos que estão sempre por aqui, um carinho especial.

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Boa semana para todos!

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Nota:

O trecho citado de Carlos Drummond de Andrade é do “Poema de sete faces”.

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