– Oi, “Moça das Pedrinhas”!

Pedrinhas daqui para a moça do Piauí

Olhando-se no espelho, lá no distante Piauí, a “Moça das Pedrinhas” lembrou de algo que o amigo disse, sem saber precisamente quando. Transformou a lembrança em recado carinhoso. O cara recebeu a mensagem e tentou contabilizar o tempo em que estavam distantes; não conseguiu lembrar quando havia dito o que motivara a lembrança e a mensagem. E por não saber quanto tempo sentiu a melancolia aflorar, indo além do que dezembro permite.

Caminhando até a janela, a vidraça ainda quebrada, o rapaz constatou que o lado ruim de dezembro é quando a pessoa obriga-se a encarar o que não foi feito. Não consertou a janela; mais um ano e sentiu-se o mesmo. Observou a rua, um pedaço da avenida, e riu com a decoração da cidade, já comum e com jeito da mesmice que sentia em si próprio. Luzes, centenas de pequenas luzes de todas as cores, variados tamanhos. Arriscou uma filosofia barata: A cidade farta de luzes coloridas mascara tristezas.

A “Moça das Pedrinhas” transformou a recordação em mensagem carinhosa. Lembrando outros amigos, também distantes, o amigo evitou contabilizar acertos, desacertos, sem deixar de pensar que luzes coloridas ofuscam faltas. Teve receio de que essas mesmas faltas sejam camufladas com enfeites “Made in China”. Abandonou a janela e a madrugada estranhamente fria deste dezembro. Sem promessas de fim de ano, sem objetivos para o réveillon, sem planejar encontros antes do Natal.  Terminou a noite escrevendo para os amigos distantes. E concluiu que deveria sugerir aos leitores deste blog que façam o mesmo.

Escrever para amigos é muito bom. Escrevo para quem me honra com a visita e, nesta madrugada, para Janaina Santos, a “Moça das Pedrinhas”.

Até mais!