“Se me perguntarem o que é a minha pátria, direi:
Não sei”.
Tive a ilusão de sermos um
A origem sendo não mais que geografia.
No entanto quem, quantos somos?
E quanta diferença há entre nós!
Reconhecendo lutas separatistas,
– São só interesses financeiros!
Não mensurava a própria ingenuidade.
“Tenho-te no entanto em mim como um gemido
De flor”;
Vejo-te árvore imensa que abastece,
Propicia sombra reflorescendo sempre.
Sinto-nos frutos similares,
Em todas as fases desses
Às vezes amargos, outras vezes doces,
E desprendidos de seus galhos
Voltamos à terra e renascemos
Filhos da mesma árvore,
Componentes da mesma floresta
Habitando serrado ou caatinga
Redivivos em restingas, pantanais.
“Pátria minha… A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação “
Durmo pensando-te pátria amada,
A patriazinha do poeta
Que sabia não seres mãe gentil.
Receio ainda manter a ingenuidade…
Sobretudo, por ter aprendido a amar-te,
Insisto na esperança
Acredito no amanhecer límpido
Abrindo caminhos retos
Levando-nos a porto seguro.
Sonho, um dia, o país Brasil.
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Valdo Resende, 30/05/2018