Produtora trabalhando

Ah, se certos momentos pudessem ser resgatados! Ou, então, como seria poder voltar e ver como tudo começou para tal evento, tal situação? O que pensou o cidadão comum quando viu uma senhora caminhando pela praça, bolsa à tiracolo, o telefone como meio de registro?

São duas mulheres, mãe e filha. A menina saltita, brinca, cantarola, mostra coisas que, sabe, a mãe procura. Essa não economiza curiosidade e, munida da experiência, calcula quantidade de pessoas nos espaços possíveis, quantos ambientes, onde ficarão os banheiros… Prevê tamanho de palco, camarins, observa a fiação para captar energia… Este pode ser o lugar.

Antes de buscar outra possibilidade ainda há o que fazer. Faz reconhecimento do entorno. Um bar como ponto de apoio, uma lanchonete, um restaurante… Se for necessário, há que se olhar os hoteis mais próximos. Quantos quartos, grau de conforto, higiene, o refeitório, o banheiro.

Essa imagem, da Praça Nicanor Parreira, em Monte Alegre de Minas, é de momentos cheios de expectativas, planos, projetos. Foi na minha segunda visita à cidade, agora com Sonia Kavantan e Marina, a menina em férias. Estive aí em uma primeira ocasião para conhecer a cidade, pesquisar, alimentar aquilo que depois chamamos inspiração. Nesse segunda passagem, já com previsão de datas e detalhes concretos do Projeto Arte na Comunidade 2, quem comanda é a produtora Sonia Kavantan.

Entre um espaço e outro ocorreram reuniões com secretários de cultura, superintendentes de ensino, visitas a centros culturais… Tudo muito preciso, dentro de tempo restrito, pois havia muito trabalho. Outras três cidades onde cumpriríamos etapas da pré-produção.

Fizemos várias viagens desse tipo. Para o Vale do Paraíba, para a Baixada Santista… Anotar, registrar, planejar, sonhar, ter o sonho cortado pelas verbas, estas sempre menores que nossos desejos, que nossas vontades.

Gosto dessa imagem. Desse aparente passeio em que incontáveis informações são armazenadas, contatos estabelecidos, acordos celebrados. Feito ciganos, a gente chega devagar, quase imperceptível, uma doce invasão logo percebida. – Que tanto fotografam? Quantas perguntas, parecem que não irão parar?

Não somos ciganos. Somos saltimbancos profissionais. Em pouco tempo vamos nos tornando íntimos da cidade. O pessoal dos hotéis, dos restaurantes, outros fornecedores… Num belo dia chega a caravana, sempre somando profissionais “nossos” com outros, das próprias cidades. O público da cidade já sabe e comparece, como esses da foto abaixo, no Pará, em apresentação do Arte na Comunidade 1.

Parece que é festa, mas é trabalho. Divertido, gostoso, mas trabalho responsável. Fazendo todo o percurso acima, com outros detalhes que certamente deixei passar, a produtora Sonia Kavantan vai fazendo contas, anotando possíveis gastos, somando despesas… Quanto custará um palco? Se necessitarmos de cobertura, quanto ficará uma lona? Há fornecedores na cidade?

Meses após ensaios, produção de todos os aspectos da montagem, ainda se faz necessário estar prontos para um plano de contingência. Por exemplo, em Monte Alegre de Minas uma tempestade impediu nosso evento na Praça Nicanor Parreira… Bobagem, nossa produtora Sonia Kavantan arrumou outro espaço e no mesmo dia, na mesma hora, fizemos nosso trabalho levando arte à simpática cidade do Pontal de Minas Gerais.

Até mais!

A roteirista de Buriticupu

Neste blog quero começar 2020 com notícia boa. Após a apresentação da peça “Quem Prospera Sempre Alcança”, no final de dezembro, a produtora Sonia Kavantan recebeu e me transmitiu a seguinte mensagem: “- Pra alegrar o seu dia. Este é um comentário no Insta da Kavantan”:

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A mensagem refere-se ao Projeto Arte na Comunidade em sua primeira edição, quando percorremos dezenas de cidades dos estados do Pará e Maranhão. Entre as cidades, Buriticupu, no Maranhão. Produção da Kavantan, Projetos e Eventos Culturais, “Vai que é bom, O Casamento do Pará com o Maranhão” foi o texto que escrevi, dirigido por Emanoel Freitas e interpretado por atores paraenses. Visando resgate e valorização da cultura local, o Arte na Comunidade percorreu as cidades da Amazônia com uma tenda com capacidade para 400 pessoas sentadas e muitas centenas de outras que viam a montagem pelas laterais, abertas para minimizar o calor.

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O Casamento do Pará com o Maranhão

Receber essa mensagem tantos anos depois é um grande alento. É bom demais saber que uma menina que não conheço, e por isso optei por não divulgar o nome, teve nossa peça como start para a profissão de roteirista. Temos mantido contato com algumas pessoas que conhecemos por lá, durante a temporada que durou dois anos. Volta e meia recebemos esse tipo de retorno mostrando aspecto afetivo e, simultaneamente, consequências das nossas andanças por diferentes regiões do país. Ficamos felizes e agradecemos aos céus a oportunidade de realizar tal trabalho.

O Projeto Arte na Comunidade continuou, após o Pará e o Maranhão, com a segunda edição no Pontal do Triângulo, onde percorremos quatro cidades. A terceira foi na Baixada Santista, contemplando cinco cidades e a quarta, mais recente, no Vale do Paraíba, onde o projeto passou por quatro cidades. Estamos trabalhando e, embora com toda a realidade que não ignoramos, vamos insistindo e logo, se Deus quiser, teremos a quinta edição, em alguma região desse nosso imenso país.

 

Feliz ano novo!
Até mais.

Vamos para o Vale do Paraíba?

Sempre passei pela Via Dutra em viagens ao Rio de Janeiro, Aparecida ou como atalho para o litoral norte paulista. Carro ou ônibus, a visão que se tem do Vale do Paraíba é encantadora. Seja pela imensidão da Serra Mantiqueira mostrando-se com infinitas possibilidades conforme recebe os raios solares, ou então em longos trechos em que se tem a companhia do rio e da estrada de ferro. A paisagem atrai, estimula a curiosidade, reaviva lembranças.

Múltiplas cidades alternam impressões do viajante que passa pela Via Dutra. As indústrias de São José dos Campos, recordações de Monteiro Lobato em Taubaté, os mistérios da fé em Aparecida e, já no estado do Rio de Janeiro, a seriedade militar de Resende, a altivez do Itatiaia, a descida de outra serra para ganhar o litoral fluminense… Há mais; muito mais!

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Uma tenda com palco italiano e capacidade para 400 pessoas sentadas (as laterais ampliaram o número de espectadores) percorreu cidades do Pará e Maranhão.

A quarta edição do Projeto Arte na Comunidade será no Vale do Paraíba! A primeira ocorreu nos estados do Pará e Maranhão, percorrendo dezenas de cidades da Amazônia. Desde então, enfatizando os objetivos primordiais tais como o resgate e a valorização da cultura local, atentando para questões de preservação ambiental e de educação para a cidadania o Arte na Comunidade foi em frente. A segunda edição foi em Minas Gerais, no Pontal do Triângulo Mineiro.

Quatro cidades mineiras receberam os agentes do projeto em apresentações públicas e, em seguida, foram realizadas apresentações teatrais em escolas municipais estimulando o levantamento de aspectos locais através da criação de textos e contação de histórias. Uma mostra teatral encerrou a aplicação do projeto na região e, entre as atrações, uma exposição dos resultados dos trabalhos realizados pelos alunos de cada cidade.

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Mostra teatral e atividades nas escolas dos municípios ocorreram em Minas Gerais.

A terceira edição, em 2015, ocorreu na Baixada Santista acrescida de um maior contato com os educadores das cinco cidades participantes, resultando em expressiva adesão e participação dos mesmos nas diferentes etapas do Arte na Comunidade. Agora em 2016 prosseguimos em cidades paulistas: Cruzeiro, Lavrinhas e Queluz são os novos destinos do nosso projeto.

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Exposição do resultado das atividades em escolas da Baixada Santista foi um fato marcante do Arte na Comunidade 3.

E assim, lá vamos nós para o Vale do Paraíba! Sonia Kavantan, a idealizadora do Arte na Comunidade, Lilian Takara, Milka Master, Filipe Brambilla e Flávio Monteiro. Nossa equipe começa enxuta, aumentando posteriormente com profissionais da região visitada. Somaremos produtores, técnicos, atores entre outros companheiros que comporão a equipe final com os educadores e representantes de cada município para a concretização do trabalho.

Mais uma vez tenho a honra de escrever os textos – já comecei! – e também farei a direção dos espetáculos. Além do que publicarei aqui, neste blog, convido todos a seguirem as ações do Arte na Comunidade através das redes sociais e do blog que registra as atividades do projeto. Grandes descobertas, expressivas experiências, o Arte na Comunidade beneficia as comunidades visitadas e todos que dele participam.

Até mais!

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