O Baterista Walmar Paim

O menino de Santo Amaro da Purificação, Bahia, que sonhava em ser um músico de destaque conseguiu muito mais do que isso.

É ele que há anos dita o ritmo da banda de Bel Marques, que enche de alegria o circuito Barra-Ondina nos carnavais de Salvador.

Um profissional que se tornou mestre, referência e que inspira outros tantos meninos a trocar a bola de futebol ou o videogame pelas baquetas.

Nesse domingo embarca para sacudir o Trem das Lives o querido Walmar Paim. Venha rei, esperamos você.

Trem das Lives


Domingo, 15.08.21, 18h00

Instagram.com/tremdaslives

A estrela mais linda!

cano

O rosto sereno ficou longe dos exageros de maquiagem. Os cabelos grisalhos, tudo indica, nunca receberam tinta. A casa está longe das suntuosas mansões com piscinas e decoração “de não sei quem”. É possível ver retratos dos familiares nas paredes, imagens de santos em oratórios. Os vestidos, se foram de grife, nunca tiveram marcas ostentadas. O sorriso largo, o olhar límpido e uma franqueza serena são as marcas que Dona Canô deixou para o mundo.

A fama imensa dos filhos Caetano Veloso e Maria Bethânia não afetou o comportamento da mãe, D. Canô. Numa época em que há familiares disputando espaço em revistas de fofocas, e em que mães apelam para botóx, afins  e outras  “produções”, forçando a barra para uma possível semelhança com as filhas ( -Parecemos irmãs!), Dona Canô notabilizou-se por uma sincera novena dedicada a Nossa Senhora da Purificação.

canô

Do seu cantinho, em Santo Amaro da Purificação, Dona Canô tornou-se estrela. Não precisou de homens de preto, arma em punho, para garantir uma segurança paranóica de mãe de artistas ricos e famosos. Abriu sua casa para a população da pequena cidade e tornou-se madrinha de inúmeras crianças da vizinhança. Defendeu o Rio Subaé, poluído por empresas inescrupulosas e seguiu a vida, com sorriso nos lábios, determinação nas atitudes, uma postura ética e moral admirável.

É bonito ver os filhos sendo abençoados pela mãe. A cena registrada em filme sobre Maria Bethânia (Pedrinha de Aruanda) é singela. Também é confortante ouvir a voz segura de Dona Canô louvando os santos em ladainha também registrada por Maria Bethânia  no CD Cânticos Preces Súplicas à Senhora dos Jardins do Céu.  Todavia, foi Caetano Veloso quem nos brindou com a foto da mãe, na capa do disco “Muito” (Dentro da Estrela Azulada), em 1978. Uma imagem transgressora por si. O cantor e compositor, humano, mostra-se menino, protegido no colo da mãe.

muito 1978

Dona Canô, dizem, foi exemplo.  É bom salientar que exemplo ela foi. Uma senhora da Bahia, mãe de muitos filhos que lhe deram netos, bisnetos. Dos dois filhos muito famosos ela continuou sendo mãe. E por ser mãe, tornou-se estrela. Tão linda quanto as verdadeiras mães sabem ser. A música de Caymmi foi para Mãe Menininha do Gantois; certamente, essa outra “estrela mais linda” dividiria, com tranquilidade, o verso da música com D. Canô. Duas estrelas que permanecerão na lembrança da gente.

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Até mais!

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Vamos dançar?

Quando danço, penso que sou o Gene Kelly. E dane-se o planeta!

Uma tarde de domingo fria e tensa em São Paulo. Alguns vizinhos resolveram decidir o campeonato de futebol no copo e no braço… Enquanto isso, um professor tentava concluir a correção de provas, exercícios, a confecção de atas de notas… A televisão prometia brigas para o final da noite – um lutador insinuando roubo entre os colegas- tudo muito fino! Uma vizinha, mais refinada, berrava da janela para que parassem com a briga até que chegou a viatura. Foi como se rolasse um passe de mágica, pois a rua voltou à tranqüilidade.

Evito televisão aos domingos. Fico depressivo. Além de ser sinal absolutamente concreto do “fim” do final de semana, assistir tv em pleno domingo é encarar a certeza de que nada especial aconteceu. Tem a mesmice de uma programação repetitiva, seja em programas de variedade ou em campeonatos esportivos. Sem passe de mágica que termine o trabalho, deixei a tv ligada, como companhia tagarela, e só parei quando ouvi a chamada para a cidade de Bragança, no Pará.

O Fausto Silva está com um quadro novo em que moradores de cidades distintas fazem uma coreografia. O premio para a vencedora é em dinheiro para uma instituição de caridade. Bragança, a cidade do meu estimado Pará competiu com Prudentópolis, do Paraná. Cheia de personalidade, Bragança apresentou número inspirado em ritmos locais (calypso, carimbó). A cidade do Paraná escolheu uma canção de Roberto Carlos e assim obteve a preferência do público.

Gostei muito do quadro! É muito bom saber que centenas de pessoas, de diferentes cidades, estão dispostas a aprender e realizar uma coreografia por uma boa causa. Além do mais, com a dança, vêm junto às características da nossa gente, os hábitos, as peculiaridades de cada cidade. É ótimo ir além e conhecer mais desse Brasil imenso. Ver nossa gente dançando, feliz!

Dançar, sem medo da melodia, como Gene Kelly!

O quadro não é novo. É uma variação do programa “Cidade X Cidade”, um grande sucesso de Silvio Santos em épocas passadas. Recordo da excitação em ver e torcer por minha cidade, Uberaba. Além de a cidade ajudar uma instituição (Em Uberaba, um beneficiado foi o Hospital do Pênfigo) no programa do Silvio Santos havia um momento em que ganhava pontos a cidade que arrecadasse mais livros. Esses eram doados para bibliotecas das escolas da cidade. Muito bom!

Na próxima semana teremos a dança de Santo Amaro da Purificação, terra de Caetano Veloso e Maria Bethânia. O samba de roda da Bahia vai comer solto e, espero, lembrem o delicioso ritmo de Dona Edith do Prato.  A outra concorrente é Porangatu, do estado de Goiás e, sobre esta, tenho tudo a aprender; sobre a cidade e sua dança.

No dia em que Corinthians e Palmeiras “dançaram” com “música” que veio de Campinas, fica esquisito chamar alguém pra dançar… Melhor que lamentar é seguir em frente. Dançar, sem medo da melodia. Eu bem que  gostaria de bailar por São Paulo, ou por Uberaba. Dançar é muito bom. Melhor que brigar na esquina por conta de um jogo. Melhor que ouvir e ver o Adriano dizer que todo jogador bebe. Melhor, enfim, que assistir na mesma tv, a Globo, um lutador acirrar uma briga insinuando que há ladrões entre os participantes de um programa.

Boa semana para todos!