
Prestes a ver em cena um texto de Pasolini coloco-me em estado de atenção peculiar iniciada lá no final dos anos de 1960. Precisamente 1968, quando tomei contato com o diretor de Teorema, o perturbador filme italiano. Depois vieram outros filmes, livros e a história de Pasolini dá outra dimensão ao título de uma peça quando a este associa-se o nome do autor: “Orgia, Pasolini”!
A origem, Itália, importa enquanto Pasolini foi cristão na terra do Papa e também marxista, também Gay. Ver um trabalho desse autor, feito por um grupo português, no Mirada, o festival ibero-americano de artes cênicas é, no mínimo instigante. Um discurso que carrega na ousadia, na quebra de paradigmas para mergulhar no tema maior, o ser humano.
A companhia Teatro Nacional 21 apresenta nesta segunda-feira, dia 12, a peça Orgia, Pasolini. Abaixo, trechos extraídos da divulgação da peça:
“Algumas das inquietações presentes em toda a carreira de Pasolini estão refletidas em “Orgia, Pasolini”, esboçada em 1966, no bojo de outras cinco peças delineadas em jorro de fôlego, quando o autor convalescia de uma úlcera.
Nas palavras do diretor Nuno M Cardoso, a peça diz respeito à diversidade, à identidade pessoal, à luta pela liberdade e à procura de felicidade numa sociedade que considera opressora, controladora e reguladora. “Não é uma história pornográfica ou erotizada”, ressalva. Mas “um teatro de palavras conjugadas pela língua da carne”.
Indicação deste blog para o dia 12, segunda-feira, 19h, no Herval 33
(Rua Marquês de Herval, 33, Valongo)
Texto Pier Paolo Pasolini
Tradução Pedro Marques
Direção Nuno M Cardoso
Interpretação Albano Jerónimo, Beatriz Batarda e Marina Leonardo.
(maiores informações e ingressos no https://mirada.sescsp.org.br/