Adeus, terror! Tchau, agonia! Vou tocar caxirola.

Caxirola do Brown
Criador e criatura. A caxirola de Brown!

O cardápio da violência é vastíssimo! A dentista que teve o corpo incendiado; neonazistas acusados de agredirem um nordestino; uma jornalista estuprada; o julgamento do goleiro, o julgamento do cúmplice; outro jogador de futebol encrencado em uma favela; o bicheiro detido embriagado… A noite de domingo avança com os programas televisivos tornando espetáculo a violência e a barbárie. Boa noite, terror, é o “show da vida”!

Amanhã, como tenho feito nas últimas semanas antes de ir para o trabalho, evitarei os jornais matutinos que “repercutem” os crimes do final de semana. Prefiro sair sem saber as condições do trânsito, as previsões do tempo. Pelo menos não começo o meu dia com receio de caminhar pelas ruas e praças da cidade; afinal, parece que o terror, os crimes, as ações violentas não tem solução.

Em muitos crimes há sempre a presença de um menor que costuma assumir a culpa; então temos certeza de que logo esse ser estará novamente caminhando pela cidade. Provavelmente ao lado do político sabidamente corrupto, condenado, mas caminhando com vários seguranças que garantem a integridade física do cidadão. O menor e o político serão abençoados por algum religioso, desses que cumprindo pena por crimes horrorosos, encontraram um deus conveniente que propicia formas mais amenas para quem assassinou os próprios pais ou a namorada. Bom dia, agonia!

Mundo terrível esse nosso, onde o terror a agonia tem sido estrelas cotidianas. Nem adianta dizer que é coisa do Brasil, já que em Roma um cidadão feriu três inocentes tentando, conforme noticiado, atingir um político; nos EUA continuam as investigações sobre as razões pelo atentado de Boston e uma surpreendente notícia: 6 milhões de desempregados na Espanha. A taxa de desemprego no país subiu para 27,2%, segundo dados oficiais.

A Espanha, é fato mais que conhecido, sediou a Copa do Mundo de 1982 e é a atual campeã do mundo, título obtido em 2010 na África do Sul. No top-20 dos maiores salários de jogadores, a Espanha comparece com cinco representantes que juntos, recebem a fabulosa quantia de 104,2 milhões de euros por ano (veja toda a lista aqui). A FIFA alardeia progresso e crescimento para os países que sediaram o evento esportivo. Para a Espanha, a gente já sabe: deu certíssimo para o futebol e para os principais atletas; para o povo, sobra o pau nos embates com a polícia nas manifestações de gente desesperada pela falta de trabalho.

Aqui na terrinha, todos os crimes e problemas não ofuscam inaugurações e outros preparativos para os eventos esportivos. Grande estrela, o estádio Maracanã está prontinho e recebeu os operários em jogo comemorativo. Único fato destoante foi uma vaia que Fernanda Abreu levou da torcida do Flamengo, ao cantar o hino nacional na abertura do evento vestindo uma camisa do Vasco. “Que deselegante” diria a apresentadora da Rede Globo.

Em Salvador, dois problemas: A Tribuna da Bahia denunciou a proibição da FIFA, impedindo os baianos de comemorarem o São João (Imaginem o nordeste sem festas juninas!); o fato não diminuiu o brilho da inauguração do Estádio Fonte Nova. Como tem sido hábito, o Vitória derrotou o Bahia. A torcida do azul, vermelho e branco encheu o campo de Caxirolas (Imaginem isso acontecendo durante a Copa! Que escândalo O ministro Aldo Rebelo ficou indignado!).

Dilma gostou da Caxirola;  quem sabe ela não toque na abertura da Copa?
Dilma gostou da Caxirola; quem sabe ela não toque na abertura da Copa?

A caxirola, é bom saber, é um instrumento criado pelo retumbante Carlinhos Brown. O músico, percussionista impar, criou um “treco” baseado no “caxixi”, o popular chocalho. A intenção é dar continuidade ao iniciado na África do Sul, com a vuvuzela, segundo Brown, uma maneira da torcida ter sua “voz” (gritar estimulando o time não é usar a voz?). O inventor ainda garantiu que é possível tocar o hino nacional com o instrumento.

Pronto, a vida ficou melhor. Até este texto ficou mais leve. Preocupações com crimes hediondos, corrupção política e outras mazelas para que? O lance é ver programas esportivos; e nos jornais, revistas e sites, fazer o mesmo. E é provável que o mais importante que um cidadão brasileiro possa fazer seja um curso para tocar caxirola. Não dá, no país do samba e da bossa nova, passar vergonha na frente dos gringos por não tocar o tal instrumento. Isto sim, um grande crime. Portanto, Adeus, terror! Tchau, agonia! Vou fazer cursinho para tocar caxirola.

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Boa semana para todos!

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Juliana Gomes, entre regras duvidosas e um futuro promissor

Domingo, dizem, é dia de descanso para repor energias. Além do repouso cabe um pouco de distração para relaxar, diminuir o estresse. Expectativa maior do dia era ver o desempenho de Juliana Gomes no programa “The Voice”. A jovem cantora, nascida em Uberaba, promete ir muito além desse primeiro passo nacional e o programa está com um excelente nível de candidatos.

Programa de televisão é aquela coisa, ninguém pode ter ilusões: quer audiência e a partir desta, faturar bastante. As coisas em televisão costumam ser rápidas, sem que se dê tempo para muita reflexão, ponderações adequadas e, quando a gente menos percebe, já acabou. E foi assim, com uma rápida apresentação da matemática do programa que o apresentador Tiago Leifert, informou que os “times” estavam completos e, dali para frente, seria “mata-mata”. Hein?

De acordo com as regras do programa cada artista – “Técnico” de um determinado grupo de concorrentes – tem um número máximo de jovens talentos para prosseguir em frente. Nove, se entendi bem. No início do programa de hoje valia a escolha de um concorrente, pelo “técnico”, e o outro poderia ser salvo pelos demais artistas-técnicos. Quando nenhum artista escolhe o candidato, este fica fora do programa. Perfeito. A questão é que esse critério valeu apenas para os primeiros concorrentes. Três outros ficaram de fora, pois com os times “cheios”, não puderam receber o voto que os manteria na competição.

Juliana Gomes formou a última dupla concorrente, ao lado de Thalita Pertuzatti. Não vi a primeira apresentação de Thalita, mas recordo que os quatro “técnicos” acionaram o dispositivo garantindo a presença de Juliana Gomes na segunda etapa. Ou seja, na primeira etapa, Lulu Santos, Daniel e Carlinhos Brown quiseram Juliana em seus times, quando a mineira escolheu Claudia Leitte. Na segunda etapa, por uma regra que valeu apenas para os últimos concorrentes, Juliana Gomes não pode ser escolhida, “salva” no jargão do programa, por um dos que votaram nela na primeira fase.

Não vou discutir os critérios de Claudia Leitte ao escolher Thalita Pertuzatti. Vou insistir na crítica, visível para quem viu e quiser ver o vídeo de apresentação das duas cantoras, de que a escolha da música, feita por Claudia Leitte, prejudicou Juliana Gomes. Vou insistir também na revolta dos fãs de todos os concorrentes que não foram beneficiados pelo “salvamento”, por uma regra que contempla quem participa no princípio do programa.

Acredito na voz e no carisma de Juliana Gomes. Gostei do fato de que esse programa deu visibilidade nacional para essa talentosa menina. Quando da primeira apresentação da garota, tendo escrito aqui sobre o fato, recebi mensagem de uma empresária, pedindo-me para que entrasse em contato com a cantora, já que era desejo da empresária contratar a menina. Um sinal do que pode ocorrer no futuro; portanto, de minha parte, vou continuar colaborando nessa ponte, pois desejo êxito para a cantora Juliana Gomes. Quanto ao programa… Lamentável! Que os concorrentes que lá permaneceram não sofram injustiças, nem sejam prejudicados por regras equivocadas.

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Boa semana para todos!

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Thiessa e Juliana, beleza e talento das meninas de Uberaba

O final de semana foi denso, cheio de emoções fortes para duas garotas de Uberaba. Thiessa Sickert, a Miss Minas Gerais representou dignamente as mineiras e as uberabenses, sendo finalista  no concurso Miss Brasil. O primeiro lugar ficou com uma garota do Rio Grande do Sul, Gabriela Markus. O resultado, sabe-se bem, é subjetivo. As duas meninas são lindas.

Thiessa, menina bonita de Uberaba.

Thiessa Sickert tem a beleza morena das meninas de Uberaba. A garota diz que fará direito; quer ser delegada. Tem muito marmanjo que vai querer algemas de Thiessa que, se tiver vontade, poderá ter uma bela carreira como modelo; a menina tem 1,80 de altura. O concurso foi sábado, em Fortaleza e as candidatas prestaram homenagem a Hebe Camargo, que havia falecido pela manhã.

A tarde de domingo colocou outra Uberabense em destaque. Juliana Gomes arrebentou no programa The Voice, conseguindo a aprovação dos quatro juízes, Lulu Santos, Claudia Leitte, Daniel e Carlinhos Brown. A garota interpretou “Quando a chuva passar” (Ramon Cruz), sucesso na voz dede Ivete Sangalo e, sem temer comparações, emplacou uma interpretação que garantiu a aprovação geral.

Juliana Gomes canta no The Voice

A apresentação de Juliana Gomes pode ser vista aqui. Agora é ficar atento para as próximas fases, quando o voto do público vai determinar os resultados. Mais que a torcida pela talentosa conterrânea, vale a certeza de ver uma grande cantora despontando para o país. Tive a oportunidade de ver Juliana Gomes cantando, pela primeira vez, no casamento de minha sobrinha Alessandra. A menina é talentosa e tem um grande futuro.

Boa sorte para Juliana Gomes para Thiessa Sickert. Para informações sobre a carreira de Juliana e do andamento do concurso, é só seguir a página oficial da cantora neste link.

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Boa semana para todos.

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Um Oscar para a música do Brasil

Vou torcer descaradamente para que Carlinhos Brown e Sergio Mendes tragam o primeiro Oscar para nosso país. Será neste domingo e espero sinceramente comemorar esse momento. Os dois compositores, mais a letrista americana Siedah Garret criaram “Real in Rio”, a música principal do filme “Rio”, animação de Carlos Saldanha, e terão como única concorrente, a canção “Man or Muppet”, de “Os Muppets”, música e letra de Bret McKenzie.

Um verdadeiro e grandioso embate entre a tradicional música das Américas. De um lado, a canção norte-americana, com refrão fácil, daqueles que grudam na mente da gente, com notas que permitem interpretações suaves, com momentos acalorados; embora tudo muito melancólico o final é feliz: tipo o amor vence! De quebra, há a força dos bonecos que conhecemos desde há muito; acompanharam a infância de algumas gerações e retornaram, conquistando as atuais. No prêmio deste ano, as imagens terão sua força, alavancando preferências para as canções.

O Brasil é a América que não usa o próprio nome. Somos do sul e quase sempre não nos denominamos americanos. Há gente por aqui descendente de europeu; há os afro-brasileiros; os asiáticos – esses criaram expressões próprias identificando as diferentes gerações – e, há os índios. Todos se dizem brasileiros e penso que, diante da supremacia econômica e bélica norte-americana, no máximo, assumimos algo tipo o primo pobre, quando nos dizemos sul-americanos.

Deste lado de baixo, o sul, temos o sol, as cores, a natureza inigualável e uma alegria ímpar. Essas características são facilmente detectadas no samba-exaltação, a expressão correta para definir a música de Carlinhos Brown, Sérgio Mendes e Siedah Garret. O ritmo é contagiante, a melodia é vibrante, arrebatadora. “Real in Rio” é para, literalmente, fazer todo mundo dançar. Se não consegue que todos “tirem o pé do chão” faz, no mínimo, com que mexam dedos marcando compassadamente a canção.

Outros trunfos para “Rio”: a música, enquanto linguagem universal está mais próxima de se fazer entender por Raimundo e todo mundo. A letra, da americana, amplia o entendimento para os que não dominam nosso idioma, nossos hábitos. Ainda tem a presença de Will.i.am, dando um toque de rap, evidenciando as possibilidades de sempre do nosso samba: somar passado e presente com total eficácia.

Os dois brasileiros – Brown e Mendes – somam talentos e sintetizam a vocação internacional da música brasileira. Sergio Mendes estourou nos EUA em 1964 com a música “Mais que nada” de Jorge Ben Jor e por lá ficou. Gravou dezenas de discos e recebeu o Grammy de 1993 na categoria World Music.

Sergio Mendes e Carlinhos Brown

O carioca Sergio Mendes faz dupla com o baiano Carlinhos Brown. Conhecemos nacionalmente o músico desde “Meia lua inteira”, composição marcante do disco “Estrangeiro”, de Caetano Veloso. Depois nos habituamos com o percussionista extraordinário conduzindo o “Timbalada”, tornando-se referência brasileira para o mundo. Outro tanto, não menos importante, é o trabalho de Brown com Marisa Monte e Arnaldo Antunes; os “Tribalistas” fizeram a cabeça de milhões. O compositor não é novidade lá fora, tem uma carreira consistente no exterior e, especificamente nos EUA, fez o melhor momento musical, ele próprio cantando, em “Velocidade Máxima 2”.

Se o Brasil e o samba começaram na Bahia, nada melhor que um samba e um baiano recebam o Oscar, prêmio ainda inédito para o país. Consagrando a célebre mistura brasileira, baiano e carioca unem-se à americana e – tomara – conquistem o prêmio. Será uma justa lembrança aos grandes sambas de Ary Barroso, Dorival Caymmi que avançaram sobre os norte-americanos em desenhos de Walt Disney e na voz de Carmen Miranda. Será um belo exemplo de união de raças e povos distintos, via música, essa expressão humana que desconhece fronteiras. Esse momento merecia uma campanha maior. Os de lá fazem um enorme estardalhaço, tentando emplacar cada concorrente, nas diferentes categorias. Aqui, humildemente, faço o marketing da nossa canção. Vamos lá, com o trio de compositores, buscar o Oscar para “Rio”.

Bom final de semana!

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