Começa amanhã, no CCBB-RJ, a etapa do Seminário Contingências Antropofágicas, refletindo e comemorando o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. Presencial e gratuito, veja abaixo a programação e os convidados participantes.
Lembro perfeitamente do dia em que, montado no meu possante carrinho de rolimã, saí em último e cheguei em primeiro.
Mal senti o sabor da vitória. Um capote cinematográfico no final da ladeira em que tirávamos o racha me levou a conhecer um balde de Merthiolate e uma dor terrível. Posso senti-la como se fosse hoje.
Quem não guarda na memória fatos como esse, sensações, odores, sons, alegrias, medos? Quem não busca dentro de si aprendizados, experiências?
A memória somos nós. É a única companheira que não nos larga nesse e, como creio, no plano para o qual, um dia, partiremos.
A memória não mente. Não julga. Quem se esconde dela, muitas vezes, somos nós, temendo facear atitudes inconfessáveis, gestos desnecessários, práticas condenáveis.
Na mão contrária, lançamos mão de suas benesses quando buscamos as lembranças de momentos felizes, de experiências prazerosas, daquilo que nos destaca. Enfim, de tantos momentos positivos construídos, vivenciados.
Não conheço Uberaba, não tenho a menor ideia da sua configuração. Exceto por fotos, nunca senti a sensação de pisar no mineiro solo de suas ruas, praças, avenidas. Isso até ler o “Vai e vem da memória” de Valdo Resende.
Mais que Uberaba, conheci um pouco do seu Bino, pai do Valdo, da dona Laura, sua mãe. Uma mulher decidida, que se fosse necessário espantava a bala, como o fez, um meliante que tentou invadir a sua casa. Uma das partes mais engraçadas do livro.
Entre fatos hilários, como o da dona Laura, passagens doloridas, conquistas e sonhos, o autor tece pensamentos que nos levam a fazer um balanço da nossa própria existência.
Uma viagem pela terra natal, a família, os amigos e as paixões, que serve como combustível para refletirmos a respeito de nossas trajetórias.
A obra, bem escrita, digna de um autor que nos brinda com o terceiro livro, fora os vários textos assinados para teatro, é de leitura ininterrupta. Daqueles volumes que a gente começa e só larga no ponto final.
Valdo abriu definitivamente o coração em o “Vai e vem da memória”. Acertou as contas consigo e retratou, sem abusar das tintas, o que o tornou o ser humano que é. Tocou, de acordo com a sua régua, em temas repletos de humanidade. Escolheu a prosa para mostrar a poesia do tempo. Um tempo repleto de ensinamentos, emoções e vida. Um bela e produtiva vida.
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Serviço: O VAI E VEM DA MEMÓRIA – Valdo Resende Elipse, Arte e Afins Ltda. 312 páginas – R$ 65,00
EVENTOS DE LANÇAMENTO:
UBERABA – MG 27/11/2021 – 16h00 ÀS 18h00 BARROCO ARTE CAFÉ – Rua João Pinheiro, 213
SÃO PAULO SP – 04/12/2021 – 15h00 ÀS 18h00 PORTELLA BAR – R. Professor Sebastião Soares de Faria, 61 – Bela Vista.
Para Fernando Brengel e eu amanhã, dia 19, será um domingo muito especial! Aniversário do Trem das Lives . Um ano de muitos encontros, muitas alegrias, quando conversamos com dezenas de convidados que participaram dos nossos encontros. Também fizemos contato e, até mesmo fizemos amigos entre alguns milhares de internautas que nos honraram com atenção e carinho.
A viagem do Trem das Lives continua. Agora, prioritariamente pelo YouTube.
Venha comemorar conosco.
Inscreva-se via link abaixo e ative o sininho para ser notificado sobre todas as nossas transmissões.
Obrigado aos que nos apoiaram, aos que toparam viajar conosco.
Quarta live, a única em que dividimos o mesmo espaço físico
A letra do Trenzinho Caipira, que Ferreira Gullar fez para a música de Heitor Villa-Lobos começa no singular:
Lá vai o trem com o menino
Lá vai a vida a rodar…
Bom, como o pessoal que acompanha o Trem das Lives sabe, são dois meninos. Na verdade, dois rapazes… Ok. Dois senhores são os condutores desse Trem. Fernando Brengel e eu.
Quando começamos, lá no ano passado, estávamos em quarentena (ainda estamos, mais ou menos) e a necessidade era sair para o mundo, encontrar pessoas, conversar, trocar experiências, ampliar essas, conhecer e facilitar que fossem conhecidas, e por aí vai.
Nessas 52 semanas, por isso e por aquilo, resolvemos colocar nosso trenzinho nos trilhos também nas quintas-feiras e aí veio mais gente, vieram colaboradores e mais histórias, muitos temas, a gente conversando na quinta como se rolasse um boteco básico, desses que a gente senta com amigos e fala de tudo um pouco.
O vídeo abaixo, o segundo em que insistimos numa chamada, é o 99º vídeo que entrou em nosso canal, no YouTube. No próximo domingo, 18h00 horas, faremos nossa primeira transmissão direta e ao vivo da plataforma e, além de comemorarmos 1 ano de vida, também celebraremos 100 vídeos, registrando essa gostosa experiência.
Já me perguntaram o que ganhamos com isso. A melhor resposta está em cada vídeo, com gente da “Europa, França e Bahia”, com histórias de pessoas experientes, somadas às histórias de outras, jovens, destemidas, corajosas. Um monte de gente que eu não conhecia, convidadas pelo Brengel, outras tantas que apresentei a ele e, juntos, apresentamos aos “viajantes do Trem das Lives”, como gostamos de chamar todos os que entram e participam da live.
Contamos, Fernando e eu, muitas outras faces de nós mesmos através de nossos amigos, sendo esses a grande maioria dos entrevistados no nosso Trem. Mas, teve gente que não conhecíamos, vindas via Jennifer Monteiro (ela me dizendo: – Tenho certeza que você vai mandar bem nessa!), teve outras que o Brengel conheceu ali, me substituindo. Essas pessoas tornadas amigas, nos deram muita coisa, todavia, não há como mensurar os reencontros. Estes, sejam por conta desta maldita pandemia, sejam pela razão que os amigos estão longe, muito longe.
E a gente, que adora arriscar, “brincou de teatro” no Trem das Lives. Descobri gostar da ideia de fazer escada (no jargão das artes cênicas, facilitar para o outro) sendo eu mesmo para conversar com o Brengel tornado Papai Noel, Vidente e, pasmem, Coelho da Páscoa… E nos fantasiamos para o carnaval, assim como nos vestimos a caráter para vários outros momentos.
Enquanto escrevo vou percebendo o tamanho desse nosso ano, a quantidade de temas, as mil e uma histórias… O Trem das Lives é o trem mais rodado do planeta sem que seus condutores saiam de suas casas. Bonito isso! Muito bom mesmo!
Desejo nesta oportunidade deixar registrado aos que possam pensar que escolhemos Trem das Lives por eu ser mineiro, na real foi sugestão do Flávio Monteiro em brainstorming doméstico. Assim, o batateiro (é esse o apelido da gente que nasceu em São Bernardo, no ABC) foi o autor do nome. O Brengel embarcou, eu idem e foi assim.
Enfim, mas não menos importante, quero agradecer. Manifestar minha gratidão aos que nos honraram dividindo conosco suas experiências, suas histórias. Aos que entraram e participaram no exato momento em que estávamos online. Aos que viram depois os vídeos com o registro de cada viagem. E vou agradecer ao Brengel, meu grande parceiro nessa jornada! A gente tem ideia, a gente aprimora e, não tem outra, a gente faz! Faz direito? A gente tenta. Faz melhor? Não que outros, que não estamos aqui para isso, estamos aqui por nós mesmos e, por isso sim, vamos melhorando.
Estou feliz por agradecer. Estou feliz por comemorar. Domingo, estaremos online, 18h00, direto do canal do Trem das Lives no YouTube. Vejam comemorar conosco.
E, só para não perder o costume, o “filho de padre de paróquia pobre” (me chamam assim em casa) vai pedir mais uma coisa. Vejam o vídeo e façam o que a gente está pedindo. Se vocês não fizerem, creiam-me, pediremos de novo. Beijos!
Deu Samba na Cast é um coletivo de gente interessa em cultura, transformações sociais, solidariedade e outros aspectos de tudo o que valoriza o ser humano. O grupo realiza lives, podcats e programas como o Quarentenados. Neste, o tema gira em torno de um profissional, seu histórico, suas atividades e a vivência durante esse período de pandemia,
Convidado por Marta Olivieri, estarei no próximo episódio da série Quarentenados do pessoal do Deu Samba na Cast] .
O papo será em torno das minhas atividades como escritor. Fiquei feliz pela oportunidade, agradeço o convite e espero vocês.
Além de talento, as artes cênicas exigem fôlego, disciplina, formação continuada. Para conversar a respeito, Lídia Engelberg e Edgar Campos sobem ao palco do Trem das Lives.
Atores, pesquisadores e devotados à arte da interpretação, contam com uma extensa carreira profissional. Experiência que possibilitou montar “Vagaluz”, o recente trabalho da dupla. Uma encenação para ser aplaudida de pé.
Edgar Campos. Foto: Matheus José Maria
Fragmentos da vida de um casal invadem a cena em Vagaluz. Espetáculo dirigido por Antônio Januzelli, o Janô, e interpretado por Lídia Engelberg e Edgar Campos.
Transmitido no ano passado pelo #emcasacomsesc – iniciativa para levar, via internet, o teatro ao público nesses tempos de pandemia – a montagem alcançou uma excelente audiência on-line.
Em 2021, foi realizada a Desmontagem de Vagaluz, minidoc e encenação do texto, que você pode assistir clicando abaixo.
Vagaluz é um dos tantos trabalhos que integram a extensa carreira de Lídia e Edgar, nossos convidados deste domingo, 22.08.21, 18h00, Instagram Trem das Lives.
O registro da live ficará no IGTV e no canal do Youtube do Trem das LIves.