Estou a ver navios

Não sei de onde vem o fascínio pelo ir e vir de navios que, nesse momento da vida, tenho observado entrando ou saindo pelo canal marítimo que liga o oceano ao porto de Santos. Talvez da infância quando, em dias de muita chuva e enxurradas, meu irmão Valdonei e eu fazíamos barquinhos de papel que, invariavelmente, não chegavam até a esquina mais próxima. Afundavam! Buscávamos papel mais resistente e, às vezes, até conseguíamos um que fosse impermeável.

Ver barquinhos descer rua abaixo em corredeiras pluviais e imaginar até onde chegariam era um exercício de fantasia. Não havia bueiros no bairro e sabíamos que parte da enxurrada descia por toda a extensão da avenida enquanto a outra, pela Rua João Pinheiro, tomava rumo ao centro da cidade. Barquinhos mais resistentes chegavam no ponto onde a enxurrada se dividia e era esse o limite até onde ia meu irmão, acompanhando as canoinhas que, pura imaginação, eram barcos, grandes navios.

Lá pelas tantas, na adolescência, tive ideia de que não seria bom ficar estacionado, vendo barcos e vida a passar. Uma das minhas canções preferidas de então termina com versos cantados magistralmente por Maria Bethânia:

Não sou eu quem vai ficar no porto chorando, não

Lamentando o eterno movimento

Movimento dos barcos, movimento!

A mesma canção, de Capinam e Jards Macalé, também diz:

Não quero ficar dando adeus às coisas passando

Eu quero é passar com elas…

Quantas vezes ouvi Movimento dos Barcos? Não sei! O que sei é que a ideia de estacionar era apavorante tanto quanto a possibilidade de perder algo que a vida pudesse me propiciar. “Eu quero é passar com elas”, pensava enquanto exercia atividades teatrais, educativas, jornalísticas, religiosas, literárias… Um turbilhão de coisas invariavelmente feitas simultaneamente que me levaram a pensar que não sabia, não conseguia meditar.

Voltas que o mundo dá. Mineiro de Minas Gerais, que não sabe nadar nem brincar em piscina de criança, me vejo sentado em diversos pontos do imenso e belo jardim da orla santista, completamente absorto, fascinado pelo eterno movimento das ondas que chegam e se desmancham na areia. Vejo respeitosamente a imensidão que me apequena. Eita, marzão grande, sô! Evito pensar no que ele esconde e nada do que possa estar ali à espreita me assusta, posto que é o mesmo respeito que me mantém distante, mal molhando os pés.

O mar tem me permitido altos níveis de alheamento. Sei lá para onde vão os pensamentos, os desejos, as vontades, os anseios. Tudo se resume a entrar em sintonia com o movimento das águas, no ritmo de ondas às vezes altas, outras meros marulhos. Perco o olhar no infinito, onde mar e céu se encontram e mantenho contato com a realidade a cada navio que passa. Como se cada embarcação me perguntasse de onde vim, para onde vou, o que eu quero. E eu quero é continuar a olhar o mar, a ver navios.

Lá atrás, trabalhando para a gente do Pará e do Maranhão, homenageei Luís da Câmara Cascudo em personagem que chamei “Cascudinho”, nome que me vem quando penso no estudioso brasileiro. Foi Cascudinho, li na coluna Sobre Palavras, do Sérgio Rodrigues, que dá duas versões para a expressão a ver navios. Uma diz de um rico dono de navios que desafiou Deus e este teria dado uma lição no sujeito naufragando as embarcações. Outra, refere crença na volta de D. Sebastião, o rei português que morreu em batalha.

Humildemente sugiro ressignificar a velha expressão “Ficar a ver navios”. Passa a ser um processo de meditação para iniciantes onde o sujeito entra em estado de contemplação observando o oceano. Devidamente acomodado de frente para o mar, sob sombra ou sol, conforme a temperatura pedir. E como o pensamento teima em funcionar, tirar do alheamento, deixe-se levar pelo ir e vir das grandes embarcações.

Outro dia veio uma com o nome Grimaldi. Deve ser da família de Mônaco; Amauri é o nome do meu novo amigo, que me ensina coisas do mar: aquelas que se parecem com grande caixa, acho feias, carregam grãos. Todas têm uma linha que determina para o observador se estão vazias ou carregadas. Aquelas cheias de grandes contêineres me lembram lego. Para logo chegará um grande navio da China. Tiveram que alargar o canal quando veio pela primeira vez…

Passatempo bom, ver navios. Não tenho o menor interesse em saber para onde vão, de onde vieram. Apenas desejo que façam boa viagem e, quando chegando, que não tragam nada de mal.

Quanto tempo vou levar para dar um jeito de me “empoleirar” em um desses “trens grandes”, rumo a não sei onde?

Ficar a ver navios é bom. Recomendo.

Memorial de um irmão

Duas meninas e um menino. E mais uma menina! Dona Laura pensou que não seria bom que o garoto ficasse só. Tentou mais uma, duas vezes e as gestações não vingaram. Fez promessa. Não queria que o filho fosse só. Daria nome de Aparecido ao irmão para companheiro do primogênito. Deu certo. Penso em dois lados nessa questão… O lado preferido é o de ter sido desejado e, promessa cumprida, carrego Aparecido no nome. O outro lado… Nasci para ser irmão…

Passados tantos anos, tenho a certeza de ter nascido para ser protegido. E foi assim: ele me ensinou a jogar bola, a brincar no quintal. Ficava desolado por eu ser péssimo em futebol. E me deixava sentado à beira do campo, observando-o nas peladas de várzea de quase todas as tardes. Logo descobri que gostava de subir em árvores. Havia na extremidade oeste do campo de futebol um mangueiral, que denominávamos mangueirão. Eu gostava de subir até às “grimpas” e, na hora de descer… Tinha de aguardá-lo terminar o jogo. Não conseguia descer sozinho e ele vinha, com a paciência de Jó me trazer de volta ao chão.

Deve ter sido um saco ter tido um irmão como eu. Amanhecia e eu já saia atrás dele, querendo brincar, fazer tudo junto. De vez em quando ele se enchia e me dava uns cascudos. Mamãe resolveu a história ao modo dela. Fez com que nos abraçássemos sob cintadas – Pra vocês aprenderem a não brigar! Dali a pouco eu estava atrás dele, novamente. Outros cascudos. Minha mãe: – Você não tem vergonha. Fica andando atrás dele! Eu, não tinha. E da nossa infância ainda guardo um dia, ele exasperado por minha mãe demorar a servir o almoço e ela, sempre de maneira educativa, quebrou um prato na cabeça dele. Eu ri! E ela quebrou outro na minha, para não rir do meu irmão. Rimos os três.

Ele foi crescendo, menino bonito. Elogiado por todo o mundo. Eu era magrelo e desengonçado. Guardo comentários do tipo, “mas você é o irmão mais novo? Não parece de jeito nenhum”. Era a morte. Ele tinha cabelos negros e os meus eram castanhos, ele tinha nariz reto, o meu aquilino e os dentes! Ele tinha dentes alvos, certos, dando-lhe um sorriso encantador. Eu era e sou freguês de dentista. A pré-adolescência chegando para ele e eu ficando um pouco na infância, isolado de brincadeiras, saídas noturnas.

Com propensão à autossuficiência, bem pequeno eu o ajudava o “empresário” a coletar esterco nos campos próximos ao bairro, mas não o acompanhei quando ele foi engraxar sapatos e, em seguida, trabalhar como vendedor de uma loja. Uma briga árdua em casa com meus pais que desejavam que ele apenas estudasse, e ele querendo ser dono da própria vida, ter sua própria grana. Dona Laura querendo que ele estudasse. Meu pai Bino querendo uma vida melhor, longe do trabalho pesado. Meu irmão venceu o conflito e, resultado do acordo, foi estudar a noite.

Em casa era tudo dividido, tudo separado. Cada um com sua gaveta, sua parte no armário. Territórios a serem descobertos pelo irmão mais novo. Ele guardava revistinhas do Zéfiro no fundo da gaveta, embaixo de tudo. E eu, usufruía delas sob protestos por deixar sinais de ter mexido em coisas alheias. E houve pileques, primeiros namoros, primeiras transas que, na calada da noite, nossas camas no mesmo quarto, eram confiadas a mim. Solidificava ali uma confiança que levarei por todo o sempre, guardando aquelas e todas as outras confidências que mereci.

Além da bicicleta, dos livros, das revistinhas, eu gostava das roupas dele. Só me achava bem usando tal camisa ou camiseta. Mais conflitos! Não me recordo a briga, mas ela ocorreu e o resultado foram quase dois anos de silêncio. Eu já era adolescente! E como todo insuportável ser nessa idade decidi que não falaria mais com ele que, nesse ínterim, foi embora para a Aeronáutica, em Brasília. Guarda presidencial. Andando pra cima e pra baixo fazendo a segurança do sujeito da época. Tempos depois, sob muita conversa e mais conflitos, ele deixou a carreira. E contava, só em momentos ensimesmado, de ataques sofridos pelo quartel, os tiroteios noturnos enquanto ele, de uma guarita, atirava em alguém sem saber o porquê. Foi nesse período em que ele morava no Distrito Federal que voltamos a conversar. Uma visita aos familiares – era um mês de maio! – e ele veio passar o aniversário com uma família. Queria encontrar-se também com uma namorada de ocasião. A visita de um primo causou o impasse, já que esse viera para passear com meu irmão. Este me pediu para fazer companhia ao primo. Voltamos e nunca mais deixamos de nos falar.

Chegamos a momentos que são mais dele que meus. E guardarei discrição. Ele saiu de Brasília, ficou pouco tempo em Uberaba, um outro período em Ribeirão Preto e, por fim, se estabeleceu em Campinas. Em Ribeirão Preto conheceu a esposa, Mércia, casou-se e teve dois filhos, Ruchela e Rulian. E sem descuidar da família, continuou cuidando de mim.

Em São Paulo eu começava a vida artística. Era uma pauleira, mas meu irmão estava sempre do meu lado. Eu gostava de cantar e fui me apresentar em um festival. O Teatro Municipal de Santo André, no ABC, estava lotado e, sendo chamado, entrei no palco fingindo uma segurança que era pura fachada. Vi ao fundo, na plateia, meu irmão liderando uma torcida que era feita de amigos nossos, meus e dos compositores. E não pude conter o riso quando ele ouviu os acordes e calou a torcida no grito: – Calem a boca que ele vai cantar. Ganhei melhor intérprete!

Sempre morando em Campinas, ele vinha frequentemente a São Paulo. Chegava aonde eu morava e já descia com a caixa de ferramentas em mãos. Consertava fiação, encanamento, rebocava um buraco… Quando fui atropelado, em menos de uma hora ele estava ao meu lado. Quando me acompanhava em passeios noturnos, mantinha silêncio sobre os ambientes, o “povo doido” com quem eu andava. Era meu fiador e acompanhava as tretas para conseguir alugar um local para morar. Um dia decidiu: – Vou comprar um apartamento para você morar. Depois você me paga. E foi assim.

Depois do apartamento que comprei sem garagem, pois não gostava de carro e não queria dirigir, comprei um carro (geminiano!) e aos finais de semana ele vinha me ensinar a dirigir. E, também, cuidava do carro. Ficava atento para que eu pagasse impostos em dia, cuidasse dos freios, balanceamento de pneus… – Tá na hora de trocar esse carro! E eu, seguia o que ele determinava. Por conta do receio de minha mãe das enchentes frequentes em São Paulo e por eu não saber nadar, ele me deu uma boia. Eu andava por todo lado com a boia no banco traseiro e, era fatal, ao parar no semáforo vinha um garoto: – Moço, me dá essa boia!  E eu via o olhar incrédulo com minha resposta: – Não posso, não sei nadar!

Dessas linhas loucas traçadas pelo destino, eu precisaria do carro para conduzir meu irmão durante sua doença. Não sei por quantas vezes saí daqui de São Paulo para ir a Campinas e, de lá, rumar para Uberaba, onde meu irmão se tratou de um câncer e onde veio a falecer. Foram momentos difíceis, mas então já sabíamos estar em silêncio um ao lado do outro. Muito antes da doença eu já passara por longas horas silenciosas ao lado do meu irmão. Sabíamos pelo olhar ou pelo tom de voz quando estávamos tristes, alegres. Nas primeiras horas de toda e qualquer viagem tínhamos conversas acaloradas, colocando as coisas em dia. Quando tristes, nos calávamos, compreensivos e cúmplices.

Hoje meu telefone não toca quando o Corinthians ganha. Não tem mais aquela chamada sem fala, só com o hino do Timão para me fazer engolir a vitória do rival. Hoje, quando ouço Martinha, lembro da rivalidade que tínhamos, pois eu sempre gostei da Wanderleia. Me senti absolutamente desamparado quando ele faleceu. E fui aprender a fazer imposto de renda, a comprar e vender carro (um desastre!), a seguir minha vida com a presença da lembrança, cotidiana, às vezes suave, outras vezes intensa.

Eu tive um irmão mais velho. Valdonei. Ele teve uma vida diversa com cada uma das minhas irmãs e que, penso, sejam elas que devam contar, se quiserem, como foi. Sei que era um carinho especial pela Waldênia, um jeito de resolver coisas com a Walcenis, uma cumplicidade enorme com a Walderez e, com o Wander, ele foi pai, assim como foi comigo.

Eu tenho um irmão mais velho. Tão pai quanto meu próprio pai. E se recordo cada detalhe (tantos e tantos!) é por saber e constatar que tudo o que vivemos é maior que a tristeza, a saudade, a ausência, a morte. O que vivemos é lastro que me leva, fazendo com que eu encare a vida com serenidade e alegria. De vez em quando a tristeza bate pesado, mas é rebatida com lembranças como essas que, espero, sejam dignas dele, que faz aniversário neste 03 de maio, meu irmão, Valdonei Vinagreiro de Resende.

valdoresende.com

As crianças da minha casa

Gosto muito de ver as pessoas em foto quando crianças. Essa brincadeira no Facebook tem um aspecto ótimo. Não importa quem seja o indivíduo; ele é o resultado de uma criança com olhos vívidos, ar inocente, alegria pura, semblante que é só esperança.

Wander Daniel, meu irmão caçula.

Há crianças que evidenciam surpresa perante a vida e, sobre esta, lançam uma fé inabalável, a crença em um futuro bom. São imagens que provocam alegria, despertam ternura e encantamento.

Em 2008 escrevi, no Papolog, sobre o dia das crianças e destaquei minhas irmãs. Resolvi resgatar e completar a família.

Tudo começou com duas crianças…

Mamãe Laura, Papai Bino. As histórias contadas revelam seriedade só em fotos!

Laura, que é paulista de Pioneiros, cresceu em diferentes casas, sempre próximas da linha da antiga Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. Em uma delas, em Araguari, a menina Laura encontrou o menino Bino (Para o registro, Felisbino), que havia nascido em Estrela do Sul, Minas Gerais.

Laura e Bino, já casados, tornaram-se os pais de seis crianças. E foi assim que escrevi sobre toda essa meninada:

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PRA NINAR TODA GENTE!

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Ando pensando nesse dia das crianças faz tempo! E, graças a Deus, crianças não faltam por aí. Lá em casa, por exemplo, tem três meninas. Cada uma com suas particularidades, com seu jeitinho, suas manias.

“Se lembra da fogueira

Se lembra dos balões

Se lembra dos luares dos sertões

A roupa no varal

Feriado nacional

E as estrelas salpicadas nas canções…”

As meninas lá de casa sempre foram bem sapecas. Como todas meninas, brincam com suas bonecas: bonecas de pano, de papelão, de louça, de plástico. Meu pai do céu, quantas bonecas! Ensaios infindos para uma possível maternidade. Se a gente dá um cascudo nas bonecas (todas têm nome próprio!) elas choram como se tivesse sido nelas. Mas elas gostam mesmo é de brincar.

Waldenia, mãe de duas meninas, um menino e uma neta menina.

“Eu levo a vida cantando

Hi, Lili, hi, Lili, hi lo

Por isso sempre contente estou

O que passou, passou…”

Meninas são meio esquisitas. Gostam de mandar a gente guardar as coisas, arrumar o quarto, botar os livros no lugar. Parecem mães! Quando menos se espera, lá vem elas usando batom, salto alto, a maquiagem da mãe. Pintam a boca! Colocam fitas no cabelo, colares, pulseiras, brincos e ficam em frente ao espelho… Bobas!

“Menininha do meu coração

Eu só quero você a três palmos do chão

Menininha não cresça mais não

Fique pequinininha na minha canção

Senhoria levada, batendo palminhas

Fingindo assustada do Bicho-papão…”

Não demorei em descobrir que um tal de brincar de casinha, vestir roupa de mãe, fazer comidinha, era um ensaio pra vida. Quase num piscar de olho, as meninas lá de casa deixaram as matinês pelas sessões de cinema do começo da noite. Todas enfeitadinhas, eufóricas, ansiosas, pra encontrar sabe-se lá quem, pois elas sempre… Cochichando!

“Olha as minhas meninas

As minhas meninas

Pra onde é que elas vão

Se já saem sozinhas

As notas da minha canção…”

E quando eu comecei a perceber o mundo direito, as meninas lá de casa já tinham suas meninas e meninos. E eu virei tio, meus dois irmãos viraram pais. Não me lembro de ter brincado de ser pai! Muito menos meus irmãos. O mais velho foi o primeiro a ter sua menina, lá pros lados onde escolheu morar. E, como se fosse um sonho rápido, foi a vez dele de tomar conta da sua menina.

Waldonei, pai de um menino e uma menina.

“Eu te vejo sair por aí

Te avisei que acidade era um vão

– Dá tua mão

– Olha pra mim

– Não faz assim

– Não vai lá não…”

Caraca; meus irmãos encheram a casa de meninos e meninas. E a gente querendo agradar todo mundo, beijar todo mundo, abraçar, guardar do mal do mundo. É uma tensão total se uma menininha cai, se um menino se machuca, se um briga com outro. Os meninos, pra variar, têm que maneirar… – Cuidado, ela é menininha!

Walcenis, um pouco mãe de todos nós.

Foi com minha mãe que começou essa história de “meninas”; ela se refere assim às minhas tias, tios. Em casa temos três meninas. Vieram depois outras meninas, filhas das meninas lá de casa que, por sua vez, tiveram meninos e meninas, ufa!. Ainda tenho o meu irmão caçula, que nos deu menino e meninas; e tenho o outro, que não está mais por aqui, mas que nos deixou uma menina e um menino.

“Mas o tempo é como um rio

Que caminha para o mar

Passa, como passa o passarinho

Passa o vento e o desespero

Passa como passa a agonia

Passa a noite, passa o dia

Mesmo o dia derradeiro…”

Fica repetitiva essa meninada, mas é puro carinho! Sei que estou aí, pelo mundo. Aprendi lá na adolescência a distinguir menina de namorada. Das meninas a gente fica amigo! De algumas, a gente vira um quase irmão. As três meninas, cujas fotos estão aqui no post, são minhas irmãs de pai e mãe. Tenho muitas outras, irmãs na vida.

Este dia das crianças quero dedicar aos meninos e meninas que encontrei por todo o tempo. Acho que a vida seria bem melhor se a gente tratasse as meninas e os meninos como irmãos. E, recordando bem seriamente como é ser irmão, é fácil tratar os outros com maior delicadeza, sendo duro só quando necessário; muito necessário!

Walderez, mãe de um casal, avó de uma menina e de um menino.

O mundo está hiper cheio de meninos e meninas. De todas as idades, credos, cores. Pode-se resolver essa data facilmente, dando um brinquedo bobo, fazendo um passeio qualquer. Afinal, essa data, ao que parece, surgiu foi para incrementar o comércio. Fazer o que… ela está aí! O jeito é encarar.

Esse blog, tudo indica, não é frequentado por crianças. Mas as pessoas que passam por aqui tem irmãos, irmãs… Meninos e meninas. Por isso, para as próximas noites quero dizer pra meninada da minha vida, que vou imaginar essa canção, com todo o meu carinho, para toda a “criançada”!

“É tão tarde, amanhã já vem

Todos dormem, a noite também

Só eu velo por você meu bem

Dorme anjo, o boi pega neném…

Boi, boi, boi

Boi da cara preta

Pega essa menina

Que tem medo de careta!”

(quase fim)

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Essa foi a história que ainda é. Vamos por aí, ao lado de tantas outras crianças que foram netos, bisnetos das duas primeiras, Laura e Bino. Abaixo, concluo este com a imagem do menino que escreve este blog .

Até!

Notas Musicais:

Maninha – Chico Buarque

Lili – Deutsch/ kaper – Versão: Haroldo Barbosa

Menininha –Vinicius de Moraes / Toquinho

As minhas meninas – Chico Buarque

As vitrines – Chico Buarque

O tempo e o rio– Capinam / Edu Lobo

Acalanto – Dorival Caymmi