
O carnaval do Brasil já está com suas primeiras bandas saindo pelas ruas das cidades. No entanto, sempre é tempo de dar palpites aos navegantes; principalmente para aqueles que pretendem entrar na brincadeira.
Pesquisei com excelentes orientadores; afinal, mais sério neste país que o carnaval, só o futebol, portanto a festa é coisa de profissional!. Assim, bem auxiliado, elaborei “quesitos” básicos, mas essenciais para um carnaval feliz.
QUESITO FANTASIA
Primeiro, que tal fazer um teste rápido sobre o estágio atual de sua imagem pessoal? Pergunte-se: “O que as pessoas pensam quando se fala em meu nome?”. “Será que sou reconhecido, notado em meio à multidão?” Você pede “Atenção”, e nada. Depois, suplica “Por favor, só um minutinho” e… Nada? Está na hora de colocar sua porção “cara de pau” para funcionar. Sugestão de fantasia:
– Rapaz da pamonha, pamonha, pamonha fresquinha, pamonha de Piracicaba. Um macacão simples e um megafone – o real investimento para chamar a atenção sobre si – e mais nada. Se alguém pedir pamonha, e esse alguém for de especial interesse, aproveite para anotar telefone e endereço para posterior entrega do produto…
A segunda sugestão de fantasia é para o tipo oposto; aquele tão aparecido, mas tão aparecido, que só não é chamado de Estátua da Liberdade porque não carrega tocha acesa, nem apagada. Para o “Cidão”, a sugestão é fantasiar-se de bloco de recados. Um grande bloco, com canetas penduradas e os seguintes dizeres: “Cidão saiu! Deixe recado!”. Provavelmente, irão aproveitar para tirar a forra e aí, aguente o tranco e o palavreado dos amigos. Se ninguém escrever nadica de nada… Cidão, aproveite o carnaval e programe mudanças de atitude!
Derradeira sugestão, para as figuras meio-termo; aquelas nem suficientemente ignoradas, nem bastante aparecidas. Para essas, a sugestão de fantasia é qualquer fantasia tradicional, mas tipo frente única. Ou seja: Pirata, Colombina, Cigano, Egípcio… enfim, qualquer fantasia, mas só com a parte da frente. Sendo sujeito meio-termo, obviamente um macacão esconde o bum-bum e adjacentes…

QUESITO FINANÇAS
Folião confiante é aquele que tem como premissa acreditar na viabilidade do empreendimento, e quem, mesmo em situações difíceis, sabe que o esforço vale mais do que a crítica destrutiva. O carnaval deve ser visto como um grande investimento, que vai exigir o bem mais precioso: o tempo. E a família – mais do que nunca – deve ser a aliada!
É essa fabulosa instituição, a família, que empresta a grana para o folião bancar o baile, a fantasia e, se o dito é folião de escola oferece carona levando-o às 03h00 para a concentração, vai correndo pra casa tentar vê-lo na televisão e volta com os primeiros raios da manhã na dispersão para buscar o ser, decididamente, querido.
QUESITO BAILE
Seguindo nossa sugestão de fantasia, comporte-se coerentemente com a mesma por afinidade ou oposição. Seja um “Cidão” calado, ou dobre a velocidade da fala costumeira; para o “rapaz da pamonha”, experimente engasgar ao megafone (é o sonho de milhares de cidadãos e portanto, essa será uma atitude de sucesso.) Quanto ao meio-termo, o “balança”, cabe alternar samba no pé com dança do ventre, catira com balé clássico, etc…
QUESITO FINAL, OU DA QUARTA-FEIRA DE CINZAS
As posturas possíveis! Assuma tudo, na base do “fui eu, e daí?”, ou negue; negue até a morte, contra todas as evidências. Se alguém insistir em apurar, constatar, afirmar, certificar, informe simplesmente: – Meu irmão, isso ou aquilo foi no carnaval. Já passou! E siga serenamente em paz, feliz.
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Até mais!
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e que venha o tão esperado carnaval, mas faltou uma dica: reuna/fique perto dos amigos!
Já estou em clima de quarta-feira de cinzas. Sem inspiração.