Sinais distantes tornam-se próximos.
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Mesmo reconhecendo evidências de um caos
Apegamo-nos aos míseros raios restantes
Confiando em possíveis melhores tempos.
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Uma tempestade chega e impõe-se,
Ignora-nos caindo sob nossos tetos, nossas cabeças.
Dominados por forças tão poderosas
Vergamos com o vento, fugimos do fluxo das águas;
Se fortes relâmpagos permitem-nos vislumbrar saídas
Trovões recolocam-nos perante nossa pequenez,
Avisam que ainda devemos aguardar momentos ideais.
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Houve épocas em que indiferentes aos perigos da tempestade
Virávamos exploradores, sob a cama, então caverna doméstica,
Ou avançávamos pelo quintal em batalhas imaginárias.
Bom era ver pela janela o redemoinho de ventos, o salpicar de granizos,
A inútil densidade da enxurrada, o tímido retorno do sol.
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Outras tempestades estão por vir
Com ou sem chuvas, ventos, raios e trovões.
Inevitáveis como o ato de respirar, a fome por saciar.
De nada vale esconder-se sob a cama, cobrir a cabeça com lençóis,
Elas virão e, ante tal perigo, único consolo é sabê-las passageiras.
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Mesmo reconhecendo evidências de um caos
Apegamo-nos aos míseros raios restantes
Confiando em possíveis melhores tempos…
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Maio/2014
Inspiradissimo.Amei