Ladrões de bicicleta

Poderia escrever sobre o filme Ladrões de Bicicleta, do premiado diretor Vittorio De Sica. Mesmo porque não sei se eram ciclistas ou ladrões do veículo os dois garotos presos hoje, pela manhã, aqui bem próximo de casa, em Santos. O aparato policial era escandalosamente desproporcional. Cinco viaturas para dois garotos. Cinco! No cruzamento, fazendo o entorno do canal 4 estavam os veículos, os policiais e sentados no passeio, como se tomando sol, dois adolescentes.

Ladrões de bicicleta (1948) – Divulgação

Eram dois garotos desses muitos que pedalam pela cidade. De bermuda, camiseta, pele e cabelos queimados de sol. Sem os dez guardas no entorno e seriam dois adolescentes passando o tempo sob o sol de outono. Observando mais atentamente via-se que estavam um tanto sérios, aparentando calma, mas com os braços cruzados de forma tensa, as pernas retesadas. Sabe-se lá que destino teriam enquanto os policiais, não sei o motivo, esperavam um não sei o quê.

Teriam roubado alguém ou alguma bicicleta? No filme italiano de 1948 um pobre desempregado recupera sua bicicleta que estava “pendurada” ao conseguir um emprego. Logo em seguida é roubado, privado do veículo que seria essencial para o trabalho. Esse é o filme de De Sica. Os ladrões daqui são bem distintos. Aqui em Santos e na vizinha São Vicente há um modus operandi de garotos ladrões que usam bicicletas para aproximação e fuga rápidas. Atacam turistas ou pessoas mais velhas, distraídas e sós. Um vem e faz uma curva em volta do pedestre e o segundo completa o ato, roubando carteira, telefone, bolsa ou qualquer outro objeto que possa ter valor.

Sem saber se roubaram uma bicicleta ou se eram ladrões de outra coisa segui meu rumo, sem antes ouvir mesmo sem querer algumas falas do tribunal popular já instalado no lado oposto. “Daqui a pouco estarão soltos, guardem a cara! Logo voltarão por aqui” disse um senhor. Ao que uma mulher ponderou: “Poderiam estar trabalhando, não é? A gente, nessa idade já trabalhava. Hoje, não pode trabalhar”. E eu segui, sem atentar para outros bochichos ou comentários. Fiquei pensando nos meninos, ladrões, que poderiam ser aqueles outros, famosos da literatura de Jorge Amado, os Capitães da Areia.

Capitães da Areia – Imagem divulgação do filme de 2009

Os meninos relatados por Amado perambulam pelas praias da Bahia, são os donos da cidade de São Salvador. O escritor nos faz ver o quão há de humano em cada personagem fazendo emergir o modo de ser, a história, a índole de cada um. Com os Capitães da Areia aprendi a olhar meninos que, por diferentes circunstâncias estão nas ruas. Não são meninos de rua. Estão lá por algum problema social que, sendo social, é nosso. Confesso ter tido mais tranquilidade no passado, quando minha juventude facilitava o distanciamento dessas personagens que, percebo com clareza, não me olham, mas me examinam. Mantenho-me atento e esta é a única defesa possível.

Sendo alvo dessas personagens, ou seja, velhote andando sozinho pela rua ou pela calçada da praia, não me sinto confortável, embora não me passe pela cabeça ficar longe do mar. Deixando cartões e carteira em casa estou certo de, sendo roubado, não perder lá grande coisa; o que não me impedirá de levar uns sopapos que, imagino, venham acompanhados de palavrões e desaforos: “Tem vergonha não, tio! Tá mais pobre que a gente!”. Outro dia no ponto de ônibus um me pediu 10 reais. Eu não tinha. Deixou por 5, eu também não tinha. Pelo menos 2, disse ele, exasperado! E eu, já meio sem jeito, disse estar apenas com a Identidade para usar como passagem. E ele se foi, irritado, me desaforando: “Se eu tivesse juro que te daria”. Eu ri, pensando que receberia sem pestanejar.

Há uma série de moradores nos jardins da praia e já conheço muitos deles. São gente boa. Vivem de bicos, tipo levar mesas e cadeiras de praia para locais próximos. Trabalho pesado. A maioria deles tem cachorro, o Caramelo é famoso, e já conheço uma senhora, boa alma, que os visita, trás remédios, leva para socorro médico. Estão invariavelmente limpos, pois água é o que não falta. Falta comida e, parece, sobra bebida. Volta e meia estão discutindo, uns afanando coisas dos outros. “Cadê meu celular?”, “Você bebeu tudo enquanto eu estava dormindo”. No mais, o máximo que podem nos fazer é pedir cigarro, um trocado, ou comida. Parece haver um acordo tácito: eles não nos incomodam e assim convivemos. Tenho medo mesmo é dos que andam em bicicletas.

Santos possui uma extensa rede de ciclovias, todavia os ciclistas deixam muito a desejar na cidade. Andam sobre os passeios, na contramão, não respeitam semáforos e muito menos pedestres. A velocidade é daquela do velho ditado – tão indo tirar alguém da forca. Na imensa orla que mal permite aos desavisados distinguir Santos de São Vicente há ciclovia em mão dupla. No entanto, mesmo com avisos de proibição, os ciclistas invadem os jardins e a calçada rente à praia. Nunca sabemos se são só cidadãos desobedientes ou se são os já temidos ladrões, notícias frequentes nos jornais.

Ainda em fase de transição de governos, ainda sob efeitos da pandemia e todas as mazelas econômicas penso ser óbvio que o roubo vem de algum problema concreto. Não pretendendo um tratado de sociologia me resta permanecer atento e, quando possível, fazer e exigir dos responsáveis algo pela educação e formação de crianças e adolescentes. Sem escola, os pais desempregados ou com salários irrisórios, há aqueles que não pedirão, roubarão. Simples assim.

Nei Rozeira, “que a nossa emoção sobreviva”!

Há 39 anos, através de um comentário crítico publicado em um jornal, Nei Rozeira entrava em minha vida com um texto simpático sobre a montagem “Era uma vez… aonde vamos?” que fiz com o Grupo Caroço. Encantado com tal trabalho, Nei nos abriu os braços, o coração e não demorou nada para abrir-nos também a própria casa, junto a seus familiares. Hoje, infelizmente, despeço-me e presto homenagem ao grande amigo.

Nei Rozeira. Fotos: acervo familiar.

Após uma apresentação da tal peça conheci o autor da crítica, Claudine, mas que preferia ser chamado Nei. Certamente foi essa a primeira confidência, seguida de comentários e causos advindos dos nomes que recebemos de nossos pais. Gentil e educado, Nei pediu autorização para filmar trechos do trabalho, o que aconteceu na sessão seguinte e, naquela mesma noite, fomos convidados para ver o resultado no apartamento que dividia com a mãe, D. Jacira, e a irmã, Sonia, em São Caetano do Sul.

Dessas coisas que acontecem por afinidades múltiplas, nos tornamos amigos. Grandes amigos! Era 1983 e fazia pouco que eu havia chegado de Minas. Eu pensava conhecer muito, embora já percebera não saber nada de São Paulo e suas peculiaridades nem sempre desfrutadas por distraídos ou mal informados. Tal qual irmão mais velho, Nei ensinou-me tudo o que lhe foi possível; encontramo-nos no amor pela música brasileira (ele amava Elis Regina!), pelo cinema, pelo teatro. E confirmamos nossa amizade nas descobertas e no amor por São Paulo.

Administrador atuando em multinacional, já com uma carreira profissional de sucesso, Nei vivia bem. Com generosidade, facilitava-nos a vida – sempre difícil para quem busca fazer arte neste país – com discrição e elegância. Dividindo um apartamento com mais três amigos, vivíamos tempos parcos. Com frequência Nei passava em casa e nos convidava para uma pizza, uma “ida ao japonês”. Eram noites de mesa farta!

Um dia ele manifestou a vontade de jantar estrogonofe com arroz branco, vinho também branco e, de sobremesa, doce de goiabada com catupiry. “Mamãe não anda muito bem, não está cozinhando, e eu gostaria de estrogonofe mesmo, não carne picadinha. Você sabe fazer?” Claro que sim, respondi disposto a usufruir de uma boa mesa. E combinamos para breve. Assim que ele saiu de casa liguei para minha irmã: “Como é que faz estrogonofe?”. A receita veio por carta, um ou dois dias depois, chegando na mesma data marcada para a comilança, com um detalhe que se constituiu em incógnita: Em dado momento seria necessário flambar, sem que houvesse a menor indicação do que seria isso. Nei chegou com todos os ingredientes e eu, receita decorada, não querendo manifestar minha ignorância: “Faço direitinho, mas não sei flambar”. “Poxa, Valdo!” Ele respondeu, “essa é a única parte que eu gosto de fazer, trouxe até o conhaque”. No momento certo, meu amigo tascou fogo na panela e a gente ficou em volta do fogão, feito crianças. Inteligente, certamente ele percebeu que era a primeira vez que cozinhava o tal prato. Elegante, não se manifestou.

Apaixonado por fotos, Nei tinha todo o material para montar um estúdio. No tal apartamento em que eu morava havia um banheiro desativado que, transformado, produziu inúmeras fotografias para todos os residentes e visitantes. Guardo inúmeras imagens desse período, grande parte são registros do trabalho teatral que realizava; outro tanto de paixões de ocasião. Com Beth, uma das moradoras, passávamos horas buscando melhor composição, detalhes de cada fotografia, tudo muito bem dividido dentro do pequeno espaço. As paredes cobertas de paixões do Nei, da Beth e minhas.

Há inúmeras outras histórias que dividimos, que vivenciamos. Nei era discreto e entre nossas afinidades sempre esteve o exercício do direito à vida privada. Desta, fico feliz em dividir o universo sobre o qual transitávamos. Através dele conheci Gore Vidal, James Baldwin e era dele o primeiro livro que li de Pasolini. Do meu lado dividi André Gide, Luchino Visconti, Nelson Rodrigues. Em nossos passeios, no carro intercalava-se Elis e Maria Bethânia, Chico Buarque e Vinícius de Moraes. E entre as preferidas dele guardo a lembrança de uma canção, de Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro, Mordaça:

… Mas só se a vida fluir sem se opor

Mas só se o tempo seguir sem se impor

Mas só se for seja lá como for

O importante é que a nossa emoção sobreviva…

Hoje, 14 de março de 2022, quem mora aqui no Bexiga, em São Paulo, viu o dia amanhecer ensolarado para, no final da manhã, cair uma chuva torrencial. O tempo foi meu cúmplice, solidário com minha tristeza ao saber da morte do meu amigo, ocorrida em julho do ano passado. Dessas ironias da vida, quando nos orgulhamos de estarmos conectados e, no entanto, deixamos de ver notícias que nos são fundamentais.

Felizes, em São Vicente.

Nosso último encontro, quando estivemos juntos em momento fugaz, ele esteve com Sonia prestigiando a apresentação do projeto Arte na Comunidade que fizemos em São Vicente, onde residia. Ele chegou junto com a irmã e desfrutamos juntos de pequenos e bons momentos. Meu amigo, manifestando os efeitos do tempo, ainda mantinha um intenso brilho no olhar, meu conhecido, dando-me a certeza de que nosso encontro estava sendo o que deveria ser. De amigos que se amam.

Adeus, Nei Rozeira. Sou profundamente grato por tudo o que vivemos, tudo o que fizemos. Um dia escrevi neste blog sobre você e, emocionado, você me disse que por amizades assim é que a vida vale a pena. E como vale! Obrigado, Nei. Quero terminar este com a frase que aprendi com sua mãe quando vocês se cumprimentavam e que sempre guardei com muito carinho:

“Paz de Deus!”.

Para alimentar um sonho

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Descer caminhando pela Estrada Velha de Santos é uma das coisas que ainda sonho fazer. Gosto de verde, gosto de montanhas e fico sempre fascinado com a Serra do Mar. Desde criança guardo na memória uma imagem da Via Anchieta e, sonho dois, gostaria demais de sobrevoar a região de helicóptero, ou de balão, e ver lá de cima todos os detalhes dessas obras fenomenais: Anchieta, Imigrantes, a via férrea, a Estrada Velha e, é claro, toda a imensidão verde.

Provavelmente é o que podemos chamar de destino o que nos leva para bem perto daquilo que amamos. E assim estou trabalhando na Baixada Santista e passando pela Serra com uma frequência nunca imaginada. Mais que passar por esse prodígio da natureza, o convite de Sonia Kavantan levou-me a estudar e pesquisar a região priorizando os cinco municípios que estão recebendo o Projeto Arte na Comunidade 3: Cubatão, Guarujá, Praia Grande, Santos e São Vicente.

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Fui lá atrás, nos tempos dos homens do sambaqui, passei pelos nossos indígenas, relembrei a chegada dos europeus… e a Serra permeando tudo, deixando mais do que evidente os motivos da expressão usada por Dinah Silveira de Queiroz: A Muralha. Hoje subi a Serra do Mar. Entre a rodoviária de Santos e a estação do Jabaquara não passou uma hora. Atravessei a muralha que, certamente, ainda guarda incontáveis segredos.

Quando desci para ensaiar, na sexta, veio uma necessidade maior de fixar algumas imagens, mesmo que através da janela do ônibus. Uma brincadeira despretensiosa. A montagem teatral com a qual concluiremos o Arte na Comunidade 3 na Baixada Santista tem por título BRINCANDO ENTRE A SERRA E O MAR.  A peça sintetiza os trabalhos anteriores que realizamos nas cinco cidades visitadas. Agora somamos aos aspectos históricos e característicos de cada município outros, da Serra e de toda a Baixada.

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O sonho de descer a Serra não está adiado. Continua sonho. Todavia, a intimidade cresceu e a admiração e o fascínio também. Sei que as fotos não são as melhores. Algumas ficarão neste post e outras na minha página, no Facebook. Que Sebastião Salgado me perdoe, mas elas estão aqui apenas para alimentar o sonho de todo aquele que, como eu, ama e sonha em caminhar por esse lugar.

Até mais!

Arte na Comunidade 3 Abre Inscrições Para Mostra Teatral Itinerante

Espetáculos farão parte da Mostra Teatral do projeto em outubro e novembro deste ano.

Mostra Teatral contempla cidades visitadas pelo Arte na Comunidade 3
Mostra Teatral contempla cidades visitadas pelo Arte na Comunidade 3

A Mostra Teatral Itinerante é a quarta e última fase do projeto Arte na Comunidade 3, que contempla as cidades de Cubatão, Guarujá, Praia Grande, Santos e São Vicente. A primeira etapa foi de apresentação aberta e gratuita de peças escritas por Valdo Resende especialmente para cada uma das cidades, a segunda e terceira etapa foram de circulação de duas contações de história dentro das escolas municipais, seguida de atividades criativas de construção de histórias pelos alunos.

A quarta etapa, a Mostra Teatral Itinerante, será um evento gratuito e aberto ao público e terá a programação composta por espetáculo de um grupo de teatro profissional, apresentação da montagem cênica do texto de Valdo Resende sobre a região da Baixada Santista, apresentações de artistas locais e exposição das produções textuais criadas pelos alunos das unidades participantes do projeto.

Idealizado pela Kavantan & Associados, patrocinado pela Alupar e Taesa e apoiado pela ELTE – Empresa Litorânea de Transmissão de Energia, o projeto Arte na Comunidade 3 leva arte e lazer por meio do teatro a cinco cidades do litoral paulista e busca o resgate e a valorização da cultura e da memória local.

COMO SE INSCREVER PARA PARTICIPAR NA MOSTRA TEATRAL ITINERANTE

Para a Mostra Teatral serão selecionados cinco espetáculos, sendo um para cada uma das cidades envolvidas, Cubatão, Guarujá, Praia Grande, Santos e São Vicente. Serão priorizados espetáculos que abordem questões relacionadas à identidade cultural e ao meio ambiente, e também será dada prioridade para espetáculos inéditos na região. Os espetáculos deverão ter a duração aproximada de 1h e a classificação indicativa livre. Eles serão apresentados em palcos montados em locais públicos – praças, pavilhões de eventos, entre outros -, por isso as estruturas de som e de luz e os cenários deverão ser adaptáveis a estes espaços.

Importante: a temática da peça deve atrair todas as idades; o espetáculo deve ser pensado para toda a família.

Os interessados deverão enviar a proposta até o dia 25 de setembro aos seguintes e-mails: sonia@kavantan.com.br e lilian@kavantan.com.br. Ela deverá conter: sinopse, fotos e/ou vídeos e o valor do cachê (sem os gastos com transporte e com a alimentação).

Parceria

Cubatão: PMC, SEDUC – CAPFC e SECULT – Rede pela Diversidade Cultural

Guarujá: PMG, SEDUC e SECULT

Praia Grande: PMPG, SEDUC e SECTUR

Santos: PMS, SEDUC – Programa Escola Total e SECULT

São Vicente: PMSV, SEDUC – CECOF e SECULT

Patrocínio: Alupar e Taesa

Apoio cultural: ELTE

Ministério da Cultura/ Lei Rouanet

Arte na Comunidade 3 Incentiva a Leitura

Desde a primeira edição que o Projeto Arte na Comunidade busca ir além do evento artístico, buscando incentivar tanto a leitura quanto a produção de textos nas comunidades visitadas. Em todas as edições ocorrem atividades lúdicas e educativas. Há sempre a preocupação em resgatar aspectos da cultura regional tanto quanto valorizar outros, imersos no turbilhão de possibilidades disponibilizadas para as populações.

Incentivar a leitura, como ocorreu no Arte na Comunidade 2, em Canápolis, MG. Foto Thaneressa Lima (divulgação)
Incentivar a leitura, como ocorreu no Arte na Comunidade 2, em Canápolis, MG. Foto Thaneressa Lima (divulgação)

Nesta terceira edição, na Baixada Santista, além de montagem teatral que aborda a história e a cultura geral de cada cidade – Cubatão, Guarujá, Praia Grande, Santos e São Vicente – o Arte na Comunidade 3 escolheu citar e divulgar obras literárias específicas para os jovens das escolas locais que receberão o projeto.

Após pesquisa quanto à bibliografia oferecida em escolas do Estado de São Paulo foram escolhidos cinco autores que terão uma obra divulgada e posteriormente doada para a biblioteca das escolas, ficando disponível para leitura de todos. Os autores e obras desta edição são:

O CLUBE DOS CONTRÁRIOS – SILVIA ZATZ

A DROGA DA OBEDIÊNCIA – PEDRO BANDEIRA

MOGLI (O LIVRO DA SELVA) – RUDYARD KIPLING

RICARDO AZEVEDO – MEU LIVRO DE FOLCLORE

CHICA E JOÃO – NELSON CRUZ

A escolha destas obras justifica-se em alguns critérios bastante específicos tais como o fato de Pedro Bandeira ter nascido em Santos, ou Rudyard Kipling ter passado por  Cubatão e deixado textos sobre a cidade. Nelson Cruz citando a história para criar histórias e Silvia Zatz estimulando a criatividade infantil são outros autores que complementam o grupo homenageado, que ainda tem Ricardo Azevedo. Este resgata e registra manifestações folclóricas regionais e nacionais.

Confira as datas dos eventos de lançamento do Arte na Comunidade 3. Teremos o maior prazer em receber toda a comunidade para um momento de diversão e cultura. Em cada evento será possível conhecer um pouco mais sobre cada obra destacada nesta edição.

ANOTE EM SUA AGENDA:

DIA 8 DE AGOSTO, SÁBADO, ÀS 14h – PRAIA GRANDE – PRAÇA MARIA DO CARMO DA SILVA (TUDE BASTOS). Entrada franca.  Teatro: JUJU E UM GRANDE AMOR: PRAIA GRANDE, com Fabíola Moraes.

DIA 9 DE AGOSTO, DOMINGO, ÀS 10h – SÃO VICENTE – Praça da UBS (Rua Alfredo das Neves – Humaitá). Entrada franca. Teatro: JACK LEE E AS QUATRO BATALHAS DE SÃO VICENTE, com Ernani Sequinel.

DIA 14 DE AGOSTO, SEXTA-FEIRA, ÀS 14h – SANTOS – CASA DE FRONTARIA AZULEJADA. Entrada franca.  Teatro: NENÊ CAMBUQUIRA, UM MINEIRO EM SANTOS, com Bruno Fracchia.

DIA 15 DE AGOSTO, SÁBADO, ÀS 9h30 – GUARUJÁ – PRAÇA 14 BIS (VICENTE DE CARVALHO). Entrada franca.  Teatro: SHER HOL DESVENDA O GUARUJÁ, com Rogério Barsan.

DIA 15 DE AGOSTO, SÁBADO, ÀS 15h – CUBATÃO – PARQUE ANILINAS (CENTRO). Entrada franca.  Teatro: TUCA PODEROSA BRINCA EM CUBATÃO, com Gigi Fernandes.

Texto e direção: Valdo Resende

Patrocinados pela Alupar e Taesa e apoiados pela

ELTE – Empresa Litorânea de Transmissão de Energia, o projeto

Arte na Comunidade 3 estará nas cidades de

Cubatão, Guarujá, Praia Grande, Santos e São Vicente.

Realização: – Kavantan & Associados, Ministério da Cultura e

Governo Federal. Brasil – Pátria Educadora.

Reservem Estas Datas!

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O Arte na Comunidade 3 está chegando na Baixada Santista com cinco momentos de diversão para toda a família. Todos estão convidados! A entrada é franca. Praia Grande, São Vicente, Santos, Guarujá e Cubatão receberão diversas atrações e terão a seguinte programação teatral:

DIA 8 DE AGOSTO, SÁBADO, ÀS 14h – PRAIA GRANDE – PRAÇA MARIA DO CARMO DA SILVA (TUDE BASTOS). Entrada franca.  Teatro: JUJU E UM GRANDE AMOR: PRAIA GRANDE, com Fabíola Moraes.

DIA 9 DE AGOSTO, DOMINGO, ÀS 10h – SÃO VICENTE – Praça da UBS (Rua Alfredo das Neves – Humaitá). Entrada franca. Teatro: JACK LEE E AS QUATRO BATALHAS DE SÃO VICENTE, com Ernani Sequinel.

DIA 14 DE AGOSTO, SEXTA-FEIRA, ÀS 14h – SANTOS – CASA DE FRONTARIA AZULEJADA. Entrada franca.  Teatro: NENÊ CAMBUQUIRA, UM MINEIRO EM SANTOS, com Bruno Fracchia.

DIA 15 DE AGOSTO, SÁBADO, ÀS 9h30 – GUARUJÁ – PRAÇA 14 BIS (VICENTE DE CARVALHO). Entrada franca.  Teatro: SHER HOL DESVENDA O GUARUJÁ, com Rogério Barsan.

DIA 15 DE AGOSTO, SÁBADO, ÀS 15h – CUBATÃO – PARQUE ANILINAS (CENTRO). Entrada franca.  Teatro: TUCA PODEROSA BRINCA EM CUBATÃO, com Gigi Fernandes.

Texto e direção: Valdo Resende

Marquem dia, hora e local. Aguardamos vocês. Nos próximos dias, neste blog, mais detalhes sobre cada evento.

Até lá!

Um Momento Especial

Fotos menores, Arte 1,  no Pará. Sonia Kavantan produzindo e eu, conhecendo o tacacá. Na foto maior, em Prata, em Minas Gerais, no Arte na Comunidade 2.
Fotos menores, Arte 1, no Pará. Sonia Kavantan produzindo e eu, conhecendo o tacacá. Na foto maior, em Prata, Minas Gerais, no Arte na Comunidade 2. O Arte na Comunidade 3 está quase pronto.

Estou fazendo teatro na Baixada Santista. A terceira edição do Arte na Comunidade. Um orgulho e um privilégio em contar com uma produção extremamente cuidadosa (Obrigado, Sonia Kavantan!) e em atuar com atores da maior qualidade, todos das cidades da região.  Com Bruno Fracchia, Ernani Sequinel, Fabíola Moraes, Gigi Fernandes e Rogério Barsan  faremos seis trabalhos, cada um com tema e título distintos, em cada uma das cidades contempladas. Todas as montagens estão reunidas sob o nome BRINCANDO ENTRE A SERRA E O MAR.

Escrevo menos aqui porque estou redigindo o blog do projeto, onde esboçamos um diário da montagem. Quem puder, agradeço a leitura (basta clicar aqui);  lá estamos contando o dia a dia do nosso trabalho, ao mesmo tempo em que informamos todos os eventos que ofereceremos nas próximas semanas.

De repente dei-me conta de que a vida me propiciou, com o Arte na Comunidade 3, uma belíssima oportunidade para festejar um momento especial, ocorrido lá em Uberaba, em 1975. Sim, neste ano de 2015, especificamente no mês de dezembro, comemoro quarenta anos de teatro. A festa, pelo visto, será no litoral.

Sempre fico indeciso quando penso em comemorações.  Há muita coisa para considerar e renasce, por experiências passadas, o receio de que algo impeça o evento. Assim resolvi deixar que as coisas acontecessem por si e… Tem dado certo. A grandiosidade de uma comemoração não está no tamanho da festa, mas na intensidade do que é feito para festejar cada momento da vida.

Com as seis montagens que realizaremos na Baixada Santista, especificamente nas cidades de Cubatão, Guarujá, Praia Grande, Santos e São Vicente,  lembrarei que comecei a fazer teatro há 40 anos. Foi no distante dezembro de 1975, em um dos salões da sede da pastoral de Uberaba, juntamos várias mesas em um palco improvisado e estreamos nosso “Auto da Esperança” (escrevi sobre esse momento aqui). Sem pensar em grande festa particular, tenho este próximo momento como dádiva divina por todo o caminho percorrido.

Estamos em fase final de montagem. Para os leitores que me dão a honra lendo este blog peço que fiquem atentos. Aqui e no https://blogartenacomunidade.wordpress.com/  teremos todos os detalhes das nossas atividades litorâneas.

Até mais!