Depois das fotos de uma pobre mãe nua e das violações sofridas por uma rainha, o que é que vem por aí? O que poderá prender a atenção do público e fazer uma emissora de tv bater recordes de audiência? Fico pensando na moça que raspou o cabelo, nas meninas russas que se afirmam como encarnações da boneca Barbie e continuo sem a menor idéia de onde isso irá parar. Será que o silêncio do político perante a CPI vai causar o mesmo alvoroço que todas essas loiras? Não. Essa certeza é péssima.
Assim como o silencio do político mexe pouco com a audiência, a greve é outra atração indigesta. Greve, idéia geral, é um imenso incômodo. Bom, é preciso lembrar que a idéia é essa mesma: incomodar! Para sensibilizar. Para atrapalhar o comércio, a indústria; aí, os chefões chiam porque carecem do trabalhador para tocar seus negócios e é assim, só assim, que o político toma uma atitude. As reais razões de uma greve dão audiência? Sei não…
Entre as próximas atrações, tem cadeira cativa a demora na construção dos estádios para a Copa do Mundo. Um problemão nesse Brasil tão bem resolvido. Temos ótimas escolas, uma segurança pública impecável, uma imensa rede de hospitais… Esse Brasil a gente tem certeza que não existe, mas parece que a idéia é fazer de conta perante os futuros visitantes.
Já que Copa do Mundo é outra coisa, entre as próximas atrações, o futebol,… E, lamento, nessa área não consigo pensar em algo novo que possa acontecer, entre uma briga de torcidas, um roubo de juiz, uma vitória, um empate ou, o que é repetido com frequência, um jogo de “vida ou morte”.
A próxima atração é um caso sério. Há sempre um jogo enorme entre o que interessa para diferentes lados (o da emissora, o do anunciante, o do público), entre o que é necessário e entre o que prende a atenção. Os processos de apreensão de mensagem são variados, mas é fato que algumas palavras são tão fortes que colocam todas as outras em planos secundários. Um exemplo? No último domingo, pesou tanto a exploração sexual sofrida pela rainha dos baixinhos que, penso eu, pouquíssimos notaram que ela não citou o pai da criança – a dela, a Sacha – nem que a moça deixou de recordar a parceria com Marlene Matos, profissional fundamental na carreira da apresentadora. E assim, porque exploração sexual é um negócio forte, nem nos tocamos que em uma entrevista com o mote “O Que Eu Vi da Vida”, a figura em destaque “não viu” o pai da própria filha…
E vamos seguindo a vida, bombardeados por novas atrações. Uma fatalidade: antes de refletir, ponderar, buscar respostas, indagações, discutir os fatos, outras atrações virão. E fico pensando na vida dura do produtor de tv, naquele responsável pela próxima atração; o que poderá nos sensibilizar? O que nos prenderá a atenção? O que levantará a audiência? Tai um trabalho dificílimo.
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Até mais!
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Isto faz parte da nossa vida como comunicólogos – controlar o que deve ser dito, no momento adequado para ter a visibilidade que desejamos! Enfim, algumas marcas pessoais usam de artifícios não muito adequados para que seu público a referencie…
No fundo desta caixa, por acaso tem dindim de propina?
E pra variar a cortina de fecha e vamos dormir como se o espetáculo não se intitulasse nossa VIDA.
Sensacional, isso é nosso Brasil se preocupando com essas coisas que uma pessoa fala e esquecendo do verdadeiro motivos que devemos nos preocupar.