Últimas chamadas para as comemorações juninas. São Pedro chegando e levando festa para todos os lados. Há anos aguardo a oportunidade de ir a Parintins, na ilha de Tupinambarana, no Amazonas. Quero presenciar as coreografias do boi Caprichoso e do boi Garantido sem os cortes da tv, sem o foco limitado da câmera. Se um desfile de escolas de samba toma outra forma e dimensão vista no sambódromo, o mesmo deve ocorrer no Bumbódromo em Parintins.

Neste ano ocorre a 47ª edição do Festival. São milhares de participantes – cerca de três mil na arena da festa – dançando a toada, como é chamada a música que embala as apresentações dos dois grupos. Para entender um pouco mais da festa, é bom ter uma noção da lenda do boi.
As lendas que envolvem o Boi-bumbá são encantadoras. Conta-se que Catirina era uma mulher que conseguia tudo do marido. Ela pedia, ele tinha que fazer; do contrário, Catirina gritava, esperneava, chorava, até o marido fazer as vontades dela. Em certa ocasião, quando grávida, Catirina quis comer língua de boi. De um boi gordo, forte e poderoso. O marido, empregado em uma fazenda, não teve alternativa e atendeu as vontades da esposa, matando o melhor boi da fazenda. O patrão ficou enfurecido e chamou os índios, seus vizinhos, conhecedores da floresta, para que encontrassem o paradeiro do boi. Logo encontraram vestígios e prenderam o marido de Catirina. O homem preso, a mulher temendo o pior aprontou uma gritaria. Chamou que chamou e apareceram o médico e o pajé. Com ciência e magia fizeram o milagre: o boi voltou a viver.

Personagens e situações da lenda tornam-se quesitos para análise dos jurados da festa de Parintins. As duas principais agremiações da cidade, os bois Garantido e Caprichoso, surgiram no início do século passado. O Festival surgiu em 1965 e foi ganhando prestígio e importância no Estado. Em 1988 foi construído o Bumbódromo, o espaço para a festa com arquitetura que lembra a cabeça de um boi. Para chegar até Parintins há que se fazer uma longa viagem, já que a cidade fica a 315 quilômetros da capital, Manaus. Isso não impediu a presença de mais de 80 mil visitantes no ano passado.
Em Parintins, como em muitos outros lugares, a lenda é lembrada em festas juninas. A metáfora da renovação, o contraste entre a fragilidade humana e a força do animal está entre os elementos presentes no Bumba-meu-boi, ou Boi-bumbá, as duas designações mais comuns para a festa. Em São Luís, no Maranhão, são centenas de grupos folclóricos, fantasiados com esmero, cantando e dançando pelas ruas da bela cidade. As personagens são praticamente as mesmas, e a brincadeira do boi encanta turistas de todos os cantos. No Amazonas o Boi Garantido é o grande campeão, acumulando 28 vitórias nas 46 edições da festa.
35 mil pessoas estarão no Bumbódromo. Parece que terei que aguardar a aposentadoria para ir ao Festival Folclórico de Parintins, já que este acontece no último final de semana de junho quando ainda estou trabalhando. Um dia, com a ajuda de São Pedro, chego lá; por enquanto verei pela televisão. A Bandeirantes transmitirá a festa no próximo final de semana (Sexta-feira, 29/06, a partir da 01h; sábado, 30/06, a partir das 21h30; domingo, 01/07, a partir da meia-noite).
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Até mais!
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Ahhh quando vc for a Parintins, me chama pra eu ir junto!!! Se o visual pela TV já nos deixa embasbacados, pessoalmente deve ser mais que um show! Pena eu não ter lido o seu post 3 horinhas antes, podia ter visto a transmissão pela TV… Buaaaaa…rsrs… Beijoooos