
Mudanças! A pedra foi um primeiro suporte para a expressão humana; as pinturas rupestres são registros desse momento. O homem insatisfeito, já que pintar ou grafar pedra não é coisa fácil, usou outros suportes: pele, papiro e o papel, até chegar à tela que recebe o que escrevo; em outra tela você, leitor, recebe minha mensagem.
Movimento! A arte começou lá nas esculturas pré-históricas e mais uma vez o ser humano, por mero deleite ou por resposta às próprias inquietações, esculpiu pedra, madeira, mármore, bronze e soube captar formas, criar outras. Justamente porque aprendemos a dominar formas e a inseri-las no espaço é que somos capazes de construir foguetes, transatlânticos.

Transformações! A pintura rudimentar surgida nos primeiros tempos evoluiu; no Paleolítico atingiu níveis admiráveis de sofisticação. Nela também ocorreu, e ainda ocorre, a busca pelo melhor material, pelo suporte mais adequado. A importância de um determinado material para a evolução da expressão humana pode ser exemplificada no Renascimento pelos avanços da pintura, tanto em técnica quanto em materiais.
Todo esse preâmbulo para sinalizar que o ano está acabando e que o grande barato de viver é seguir em frente. Temos uma série de rituais para todos os dezembros. E rituais são fundamentais para sinalizar a passagem desses momentos. Mas, convenhamos, algumas mudanças são saudáveis, necessárias, bem-vindas. E pequenas alterações em “rituais eternos” vão transformando esses costumes, atualizando-os, colocando-os em sintonia com o que vivemos e sentimos. Agora, vamos matutar; como essas mudanças são difíceis!
Para algumas pessoas é impossível não rolar um peru (!); crianças ganharão presentes, adolescentes encherão a cara, namorados trocarão cartões melosos, uns perfumados, outros sonoros… Roberto Carlos, imutável, vai cantar “emoções” por aí. Teremos “Emoções em alto mar”, “Emoções em Jerusalém”, “Emoções sertanejas”, “Emoções na tv ou no aparelho de som”… A televisão reprisará filmes e alguns personagens, como Assis Valente, voltarão ao destaque.

Sem entrar em questões religiosas, apenas enfatizando o final de um ciclo iniciado em janeiro passado: o que há realmente para comemorar? Seja no natal ou no ano novo. E sem embarcar nas realizações alheias, tipo “fomos campeões no sambódromo”. Também que fique bem claro que não penso em grandes acontecimentos; bastam pequenas atitudes, tipo não ficar berrando na beira do palco para o Roberto Carlos cantar “Emoções”; ou plantar um pé de jabuticaba, rabiscar uma poesia ou, sei lá, tentar combinar o tal peru natalino com cuscuz e tapioca.
Listar ações e atitudes, fazer um balanço de final de ano pode parecer burocrático demais. Todavia, penso que é fundamental sentir que algo novo foi feito, criado, para que a palavra evolução tenha mais peso que a palavra velhice. Quando criamos alguma coisa e fazemos disso um hábito, basta terminar essa coisa para começarmos a pensar na próxima. E o tempo deixa de ser aquele que passa para ser aquele tornado sempre insuficiente para tudo o que almejamos.
Eu não canto “Emoções”. Nada contra o autor e sua canção. Penso é na necessidade de sempre se colocar um pouco de arte na vida. Estudando o que já foi feito, experimentando fazer alguma coisa, descobrindo outro tanto. Não cantar “Emoções” para poder vivê-las! A arte evolui e podemos ir com ela; no mínimo tentar. O que não é válido é sentir o tempo como peso, como perda. Não dá medo pensar em passar a vida prostrado frente à tv, vendo Roberto Carlos cantar “Emoções”? Lembrar o que “chorei”, “sorri”, “senti”, o que “eu vivi”… tudo passado!
Toca pra frente. Vamos viver!
Passei o ano fazendo caras e bocas refletindo “Emoções” vividas. Juro que no momento, ouvir Roberto Carlos cantando continua sendo uma grande “Emoção” FELIZ.
Espero que possa continuar vivendo a EMOÇÂO de “agradecer” por tudo.
“Que tudo irá mudar pra melhor” é sempre a maior esperança que não pode nunca se perder.
Tudo evolui na vida. Até as rugas. rsrsrsrsrrsrsrsrsr
Tudo passou tão depressa que tenho a sensação que dormi no Ano Novo e acordei no dezembro. Nada fiz.
É o que estou fazendo, desde que nasci. Sempre seguindo em frente.
Aqui em casa é chique. O ano inteiro rola peru
“peru de cerca” apelidado de chuchu. kkkkkkkkkkkkkkkkkk
Eu quero todas as emoções provocadas pelas letras de músicas de Roberto Carlos. Que todas elas se transformem em realidade.