(Comigo me desavim… e fiquei longe, aqui mesmo.
Agora,lentamente, utilizo a poesia alheia nesse
exercício para retornar)
Comigo me desavim,
sou posto em todo perigo;
não posso viver comigo
nem posso fugir de mim.
Com dor, da gente fugia,
antes que esta assim crescesse;
agora já fugiria
de mim, se de mim pudesse.
Que meio espero ou que fim
do vão trabalho que sigo,
pois que trago a mim comigo
tamanho imigo de mim?
Sá de Miranda, in ‘Poesia Clássica / literatura portuguesa’