
Ao longo de toda a minha vida tenho trabalhado com grandes mulheres: Mara, Sonia, Regina, Claudia, Vânia… A primeira, aquela quem norteou meus caminhos futuros, foi Maria Amélia. Lá em Uberaba, quando fomos aprendizes de quase tudo.
Um grupo considerável de jovens da Paróquia de Nossa Senhora das Graças, no Boa Vista, foi organizado em diferentes equipes pelos padres coordenadores Líbero e Américo. Participei de uma dessas equipes, denominada Integração, coordenando-a com Maria Amélia e Terezinha Benetolo. Como o próprio nome da equipe sugere, nosso trabalho consistia em dar continuidade a trabalho anterior, realizado pela Catequese. Crianças, após a primeira comunhão, aprofundavam conosco temas religiosos e pertinentes a pré-adolescentes.
Caçulas de famílias distintas, Terezinha e eu éramos tímidos aprendizes no que Maria Amélia transitava com inequívoca simpatia e tranquilidade. Os diversos temas tratados pela Equipe de Integração eram facilitados pela nossa amiga que, já naquele momento, tinha algo de arrimo de família, lutando por melhores condições de trabalho para o próprio pai. “Estou trabalhando para conseguir uma banca no Mercado Municipal para o meu pai” recordo a frase que logo se tornou realidade.
Dessa equipe quero frisar de Maria Amélia a maturidade, o imenso carinho fraternal, às vezes maternal com que conduzia tudo sem perder a alegria, sem esconder um sorriso franco, sempre aberto a cada encontro. Trabalhamos por um bom período sem nenhuma perturbação, sem rusgas, intrigas. Fomos irmãos!
Lá pelas tantas, preparando com Ronaldo Feliciano Assis um momento do encontro de final de ano do grupo jovem, escrevi e dirigi o que chamo minha primeira experiência teatral. Entre as atrizes, lá está Maria Amélia se fazendo presente em momento de carinhosa lembrança.

Essas duas experiências, marcantes, nortearam minha vida pessoal e profissional. Aprendi a conhecer um pouco mais sobre crianças e adolescentes com a Equipe de Integração. Primeiros passos numa carreira de professor que ultrapassou três décadas de trabalho. Com o Auto da Esperança, iniciei uma carreira de teatro que, espero, ainda dê mais alguns frutos. Nas duas atividades trabalhei com mulheres, fui dirigido e coordenado por mulheres incríveis, sobretudo generosas, como foi Maria Amélia.
Cada um seguindo caminho distinto, nunca deixamos de lado os laços de amizade que nos uniram desde então. Ultimamente nos falávamos por WhatsApp e, não raro, ela deixava comentários delicados nas redes sociais como este, publicado abaixo que, infelizmente, veio a ser nossa despedida. Maria Amélia publicou a mensagem na sexta-feira, vindo a falecer no dia seguinte. A dona da delicadeza e do sorriso incansável fez sua passagem.

Registro aqui minhas sinceras homenagens, e certamente de todos os amigos de Maria Amélia Cruz Barbosa. Nossa tristeza infinita é somada a certeza de que pessoas como ela, só podem ter um destino de paz e harmonia ao lado do Criador. Registro também gratidão pelo carinho, pela amizade serena, pela simpatia nunca deixada de lado em todos os nossos encontros.
Maria Amélia: símbolo da meiguice e carinho em pessoa! Recentemente fui até ela em sua casa. Não “podia” entrar. Conversamos na porta por mais de uma hora, em uma troca ansiosa, onde parecia que uma queria falar mais que a outra . Uma mulher que se preza, fala muito. Imaginem duas juntas! Hoje eu sei que era uma despedida . A partir daí só nos falamos por telefone e por rede social. Sempre muito atenciosa e preocupada!
Com certeza, Nossa Senhora a recebeu de braços abertos e a cobriu com seu manto para que ela descanse em paz.
Que linda homenagem!! Amiga maravilhosa deixa muita saudades!!
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